REDAÇÃO CENTRAL, 9 de jun de 2016 às 18:00
O filme ‘Me Before You’ (Como eu era antes de você) prometia ser um êxito na bilheteria ao ser anunciado como o filme “mais romântico do ano” e contar com os dois atores juvenis mais populares. Entretanto, recebeu várias críticas pela negativa mensagem que transmite: “Melhor morrer do que ficar deficiente”.
“Como eu era antes de você “, cuja pré-estreia é hoje no Brasil, é baseado no livro da inglesa Jojo Moyes e os protagonistas são Sam Clafin – que participou de filmes como: Jogos Vorazes, Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas e Branca de Neve e o Caçador – e Emilia Clarke, que atuou como Daenerys Targaryen na famosa série Game of Thrones.
O trailer e a publicidade do filme jogam com a intriga da história de amor e a inevitável morte natural.
A primeira parte de “Como eu era antes de você” mostra a protagonista que aceita um trabalho para cuidar de um mal-humorado e belo homem de negócios que ficou paralisado depois de um acidente. Ambos se tornam amigos e depois se apaixonam. Ele a ensina a expandir seus horizontes e deixar a timidez que a impediu de avançar na vida e ela o ajuda a encontrar a felicidade, apesar da sua deficiência.
Ao final, ele admite que os últimos seis meses compartilhados ao lado dela foram os melhores de sua vida e reconhece que pôde ter tido “uma vida muito boa”. Mas essa não é a vida que quer e se suicida, com o respaldo de sua amada.
A decisão deste personagem evoca o caso de Brittany Maynard, uma norte-americana de 29 anos que em 2014 foi diagnosticada com um tumor no cérebro e optou pelo suicídio assistido, quando soube que lhe restavam apenas seis meses de vida.
Maynard se mudou com seu esposo para Oregon, onde o suicídio assistido é legal, e com o apoio da organização pró-eutanásia Compassion and Choices (Compaixão e Escolha) realizou uma campanha mundial a favor desta prática.
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Tanto a campanha de Maynard como o filme “Como eu era antes de você” suprimem o lado feio do suicídio assistido e fazem com que pareça normal optar por esta prática.
Hollywood esconde sob o romance e a beleza, a violência e o desespero do suicídio, além de ressuscitar o argumento do direito à “qualidade de vida”, o qual defende a ideia de que viver não vale a pena se não for como queremos ou se implica sofrimento.
Vale a pena recordar que o sofrimento é real, é difícil. O sofrimento pode tirar a vontade de viver. Mas o que seria da vida sem ele? Milhões de pessoas que vivem, apesar das adversidades, mostram que vale a pena optar pela vida.
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— ACI Digital (@acidigital) 29 de fevereiro de 2016