MANILA, 9 de jun de 2016 às 19:00
A Congregação para a Doutrina da Fé do Vaticano determinou recentemente que as supostas aparições da Virgem Maria no convento carmelita de Lipa, na província de Batangas (Filipinas), são “carentes de origem sobrenatural”.
Assim assinala um documento remetido à Arquidiocese de Lipa e cujo conteúdo foi divulgado a todos os fiéis pelo seu Arcebispo, Dom Ramón Cabrera Argüelles, em 31 de maio.
A história da aparição remonta a 1948, quando a postulante carmelita Teresita Castillo assinalou que a Virgem Maria lhe apareceu repetidamente. A devoção popular cresceu rapidamente nas Filipinas, país com maior número de católicos na Ásia.
Há menos um ano, em 12 de setembro de 2015, Dom Argüelles havia aprovado as aparições da Virgem de Lipa, com o título de Mediadora de Todas as Graças.
O documento da Congregação para a Doutrina da Fé, assinado pelo seu Prefeito, Cardeal Gerhard Müller, determinou que o decreto do Arcebispo de Lipa permanece “nulo e sem efeito”.
O Cardeal Müller precisou que a declaração de uma comissão de bispos formada para estudar o caso em 1951, a qual resolveu que as aparições não eram reais, “foi uma decisão confirmada pelo Supremo Pontífice (NdR: Pio XII) e, portanto, definitiva”.
O predecessor de Dom Argüelles, Dom Mariano Gaviola y Garcés, desobedecendo o pedido da Santa Sé, restabeleceu a devoção, que seria depois confirmada pelo atual Arcebispo de Lipa.
Entretanto, a Congregação para a Doutrina da Fé “confirma de maneira definitiva o decreto de 11 de abril de 1951, segundo o qual os fenômenos de Lipa foram declarados carentes de origem sobrenatural”.
“Além disso, a Congregação para a Doutrina da Fé repete sua instrução de que qualquer uma das comissões estudando o tema dos supostos fenômenos sobrenaturais das supostas aparições no Carmelo de Lipa sejam imediatamente dissolvidas”, acrescentou o Cardeal Müller.
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Embora o documento do dicastério vaticano fosse assinado em 11 de dezembro de 2015, o Arcebispo de Lipa explicou que não chegou em suas mãos nesse épcoa, mas no dia 28 de maio deste ano.
“Considero que é meu dever lhes avisar”, explicou aos fiéis Dom Argüelles sobre a mensagem da Congregação para a Doutrina da Fé e assegurou que “minha esperança e oração é que, apesar deste documento, nunca duvidemos do amor de Deus e da Santa Mãe por todos nós, seus fiéis devotos do mundo inteiro”.
O Presidente da Conferência dos Bispos Católicos das Filipinas (CBCP), Dom Sócrates Villegas, assegurou que a Igreja no país obedecerá ao Vaticano. “Todos obedeceremos. Sempre obedecemos a Santa Sé”, assinalou.
“Ser a mãe de Jesus é nossa primeira e constante razão” para honrar a Virgem Maria, explicou Dom Villegas, em declarações ao site da CBCP.
“Não necessitamos de aparições para honrar Santa Maria”, disse.
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— ACI Digital (@acidigital) 7 de junho de 2016