DENVER, 10 de jun de 2016 às 18:00
Courtney Baker enviou uma carta ao médico que lhe sugeriu abortar seu bebê quando soube que a menina tinha síndrome de Down. "O período mais difícil da minha vida se tornou ainda mais insuportável porque você nunca me disse a verdade. Minha filha era perfeita", disse a mãe da pequena Emersyn, ao doutor que recomendou o aborto.
A carta viralizou logo depois que foi divulgada pela página Parker Miles, a qual publica artigos dirigidos aos pais de crianças com esta doença congênita.
Courtney disse à Parker Miles que escreveu a carta porque “o médico estava muito equivocado. Eu queria fazer algo para defender estas crianças, mas além da carta que lhe escrevi, não sei ainda o que devo fazer”:
“Querido doutor,
Há pouco tempo, uma amiga me contou que seu especialista pré-natal viu seu bebê na ultrassonografia e lhe disse: ‘Ele é perfeito’. Seu filho nasceu com Síndrome de Down e ela foi ao mesmo médico. Ele olhou para o seu filho e disse: ‘Já disse. Ele é perfeito’.
Sua história me comoveu. Estava agradecida pela experiência da minha amiga e ao mesmo tempo fiquei triste porque é o que devia ter acontecido comigo. Desejava que você tivesse sido esse médico.
Eu te procurei durante o momento mais difícil da minha vida. Estava assustada, ansiosa e em um desespero total. Não sabia nada sobre meu bebê e por isso estava desesperada e precisava de você. Mas, ao invés de me apoiar e encorajar, você nos sugeriu abortá-lo. Eu lhe disse o seu nome e você nos perguntou novamente se entendíamos que um filho que tem Síndrome de Down diminuiria a nossa qualidade de vida. Você nos sugeriu reconsiderar nossa decisão de prosseguir com a gestação.
Desde a primeira consulta, começamos a ter medo desses momentos. O período mais difícil da minha vida se tornou ainda mais insuportável porque você nunca me disse a verdade.
Minha filha era perfeita.
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Não estou zangada. Não estou amargurada. Apenas estou triste. Estou triste porque esses pequenos batimentos cardíacos que você via cada dia não o maravilharam completamente. Estou triste porque os pequenos detalhes e o milagre daqueles dedinhos e pés, olhos e orelhas não o surpreenderam. Estou triste porque você estava muito equivocado quando disse que um bebê com Síndrome de Down diminuiria nossa qualidade de vida. E dói o meu coração só de pensar que talvez você continue dizendo isso a algumas mães. Mas o que mais me entristece é que você não terá o privilégio de conhecer minha filha Emersyn.
Porque, Emersyn não só aumentou nossa qualidade de vida, ela tocou centenas de corações. Ela nos deu um propósito e uma alegria que é impossível explicar. Ela nos deu grandes sorrisos, mais risadas e beijos doces dos que você conhecerá. Ela abriu nossos olhos à verdadeira beleza e ao amor puro.
Sendo assim, rezo para que nenhuma mãe passe pelo que eu passei, rezo para que você veja a verdadeira beleza e o amor puro em cada ultrassom.
E rezo também para que na próxima vez que você ver um bebê com síndrome de Down, toque amorosamente o ventre de sua mãe e ao olhá-la lhe diga a verdade: ‘Seu filho é perfeito’”.
Courtney disse à Parker Miles que suas filhas Rhyan de 15 anos e Evynn de 11 tiveram medo ao saber que a sua irmã tinha síndrome de Down, mas quando nasceu “se apaixonaram por ela imediatamente”.
Quando se conheceram “houve muita cura. Não demos tanta importância ao medo e à tristeza, só havia risadas e alegria”. Agora, elas “estão apaixonadas pela sua irmã”.
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FOTOS: A incrível mudança de Samuel Armas, o bebê da “mão da esperança” https://t.co/OQ2KyDz8PI
— ACI Digital (@acidigital) 31 de maio de 2016