LOS ANGELES, 27 de jun de 2016 às 15:00
Dom José Gómez, Arcebispo de Los Angeles (Estados Unidos), pediu ao Presidente Barack Obama que suspenda deportações de imigrantes sem documentos, após decisão da Suprema Corte que manteve o bloqueio de uma série de medidas favoráveis a milhões de pessoas que vivem no país.
Some 4.5M undocumented migrants with strong roots in US are left in limbo by Supreme Court. https://t.co/JdGxyDIUwX pic.twitter.com/f5f3kTT79c
— Kenneth Roth (@KenRoth) 24 de junho de 2016
Na última quinta-feira, 23 de junho, os juízes da Suprema Corte dos Estados Unidos mantiveram o bloqueio imposto por um tribunal inferior ao plano de imigração de Obama que busca dar um status legal a cerca de cinco milhões de pessoas que estão sem documentos no país.
Esta decisão que surgiu do empate de 4 votos contra e 4 a favor – o nono juiz, Antonin Scalia, faleceu no último mês de fevereiro – é um duro golpe para quem estava sendo beneficiado com as medidas de Obama de novembro de 2014.
As medidas estavam dirigidas a beneficiar jovens sem documentos e pais com filhos que têm a residência ou a cidadania americana.
A Suprema Corte emitiu a decisão depois que 26 estados liderados pelo Texas impugnaram o plano de Obama ao considerar que o Presidente se excedeu em suas funções e estabeleceu medidas que não correspondem a ele, mas ao Congresso nacional.
Em sua declaração do dia 26 de junho, Dom Gómez, líder da maior arquidiocese católica dos Estados Unidos, onde vive uma grande quantidade de imigrantes hispânicos e de outras partes do mundo, solicitou ao Presidente Obama e ao Congresso que cheguem “a um acordo para suspender as deportações até divulgarem o resultado das eleições nacionais neste outono”.
Na opinião do Prelado nascido em Monterrey (México), “este seria um gesto humanitário que poderia prover alívio temporário e tranquilidade a milhões de nossos irmãos e irmãs, inclusive milhões de crianças”.
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O Arcebispo de Los Angeles considerou que “o constante fracasso de nossa nação para tratar a crise de imigração é uma tragédia humanitária”. Entretanto, disse, “este é novamente o momento para mostrar a valentia da liderança moral e política”.
“Precisamos resistir a todos os que possam explorar este assunto para sua própria vantagem partidista, e devemos ter claro que ambos partidos (republicanos e democratas) continuam sendo culpados disto”.
“Necessitamos agora de uma reforma migratória integral. Esta não é uma questão política, é uma questão de defender os direitos humanos e proteger a dignidade humana”, ressaltou.
Para o Arcebispo, “a reforma migratória é um assunto de consciência e identidade nacional. Precisamos recordar de onde viemos. Quase todo americano é filho ou filha de alguém que veio de outro lugar a este país. Nossa humanidade será julgada pela nossa resposta a esta nova geração de imigrantes”.
O Prelado concluiu recordando aos imigrantes sem documentos que a “Igreja Católica nunca os abandonará. Vocês são a nossa família”.
Ao concluir a declaração, o Arcebispado de Los Angeles convocou os fiéis dessa cidade e outras próximas à Missa em Reconhecimento a Todos os Imigrantes no próximo dia 17 de julho às 15h30 na Catedral de Nossa Senhora de Los Angeles.
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— ACI Digital (@acidigital) 23 de setembro de 2015