Na coletiva de imprensa que o Papa Francisco costuma fazer na volta de suas viagens internacionais, desta vez no voo que o levou da Armênia para Roma, o Pontífice expressou que estava irritado com os meios de comunicação em relação à cobertura que muitos fizeram sobre a possibilidade da ordenação de diaconisas.

“O primeiro a ser surpreendido por esta notícia fui eu”, disse o Papa no domingo, 26 de junho, na coletiva de imprensa depois da sua visita de três dias à Armênia, o primeiro país cristão do mundo.

O Santo Padre expressou seu incômodo quando viu publicado em diversos veículos de comunicação manchetes como “a Igreja abre a porta às diaconisas”, quando a verdade não era essa.

“De verdade, eu fiquei um pouco irritado com a mídia, porque isso não é dizer a verdade das coisas às pessoas”, afirmou Francisco.

As palavras ditas pelo Papa se referiam à sessão de perguntas e respostas que teve com religiosas em Roma, na qual o Santo Padre afirmou que formaria uma comissão para estudar o diaconato e o papel das diaconisas que existiam na Igreja primitiva.

Os reportes acerca deste evento realizado em 21 de maio com a União Internacional de Superioras Gerais se centraram em uma pergunta feita por uma religiosa sobre por que a Igreja não inclui as mulheres como diáconos permanentes. A irmã se referia à antiga tradição das diaconisas e sugeriu a possibilidade de uma comissão para estudar esta questão.

O Pe. Federico Lombardi, Diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, divulgou uma declaração depois do evento no qual explicou que o Papa Francisco não tem a intenção de promover a ordenação de diaconisas nem mulheres sacerdotes.

Na coletiva de imprensa em 26 de junho, o Santo Padre iniciou sua resposta à pergunta sobre a possibilidade de uma comissão para estudar o tema com uma brincadeira: “Havia um presidente da Argentina que dizia e aconselhava os presidentes de outros países: ‘Quando você quer que algo não se resolva, crie uma comissão’”.

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Em seguida, o Papa se referiu a alguns estudos recentes a respeito do tema e aproveitou para ressaltar a importante missão das mulheres na Igreja.

“Para mim, a função da mulher não é tão importante quanto o pensamento da mulher na igreja. A mulher pensa de outra maneira em relação a nós, os homens. E não se pode tomar uma decisão boa e justa sem ouvir as mulheres”, afirmou o Papa.

“Às vezes, em Buenos Aires, eu fazia uma consulta com os meus consultores e os ouvia sobre um tema: em seguida, chamava algumas mulheres e elas viam as coisas sob uma luz diferente... e depois a decisão era muito, muito, muito fecunda, muito boa”, continuou.

O Santo Padre concluiu sua resposta reiterando algo que está acostumado a dizer sobre as mulheres e a Igreja: “Repito sempre: a Igreja é mulher... e não é uma mulher solteirona, é uma mulher casada com o Filho de Deus, o seu Esposo é Jesus Cristo”.

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