MADRI, 2 de jul de 2016 às 09:00
A Polônia respondeu de maneira contundente a Nils Muiznieks, Comissário Europeu de Direitos Humanos, depois que publicou na semana passada um relatório no qual insistia para que o país despenalize o aborto, elimine a objeção de consciência dos médicos e criticou sua maneira de tratar as mulheres que querem abortar.
A resposta do governo não demorou e acusam o Comissário de extrapolar suas funções e de interpretar de maneira tendenciosa as leis polonesas e as próprias funções da Comissão dos Direitos Humanos.
“As fontes da legislação polonesa estão baseadas em sua Constituição e, além disso, estão condicionadas por um forte apoio da sociedade e de seu respeito pela vida”, argumenta o governo polonês.
Para o governo de Beata Szydlo, primeira ministra polonesa, o relatório da Comissão apenas se dedica a repetir as queixas de algumas organizações favoráveis ao aborto, que simplesmente têm voz na sociedade devido à rejeição ao aborto que existe na Polônia.
Entretanto, insiste de Varsóvia, omitiram a informação que o próprio governo proporcionou à Comissão para o relatório. A Polônia acusa o Comissário Nils Muiznieks de elaborar um relatório ideológico, “tendencioso” e “fora de lugar”.
Devem perceber também que a Polônia tem uma das taxas mais baixas de violência doméstica e assédio sexual de toda a Europa. E que, segundo dados da OCDE, a brecha salarial entre homens e mulheres no país é uma das menores de toda a Europa: 10,6%, ou seja, é mais baixa que na Alemanha, nos Países Baixos, na Suécia ou na Noruega.
Além disso, cabe recordar a partir deste relatório que na agenda da ONU está a promoção do aborto e que se considera como “tortura” o fato de que este seja ilegal. Além do mais, conforme a própria instituição reconheceu em um artigo, o Exame Periódico Universal que realizam de forma periódica aos países pertencentes à ONU o utilizam para promover o aborto, a eutanásia e a ideologia de gênero.
Três práticas às quais a Polônia se opõe e pelas quais enfrenta junto com a Hungria a UE e a ONU.
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A Planned Parenthood está por trás do relatório
Outra acusação feita no relatório, elaborado pela filial europeia da Planned Parenthood, a multinacional abortista acusada de vender órgãos de fetos abortados, é que na Polônia não é permitido às mulheres o acesso a certos anticoncepcionais a fim de não ter que subvencioná-los.
Por isso, o governo polonês responde que a única intenção da Planned Parenthood é conseguir benefícios econômicos com a venda desses medicamentos.
A Polônia também recorda que embora se trat da seção Internacional da Federação da Planned Parenthood, “dificilmente pode interpretar-se como uma fonte imparcial”. O interesse desta multinacional em promover o aborto e os anticoncepcionais a convertem em uma fonte muito implicada.
Publicado originalmente em Actuall.
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— ACI Digital (@acidigital) 24 de junho de 2016