REDAÇÃO CENTRAL, 5 de jul de 2016 às 18:00
O atentado ocorrido na madrugada do último dia 3 de julho em Bagdá, capital do Iraque, causando a morte de 200 pessoas, é o mais sangrento dos últimos dias entre os ataques perpetrados pelo Estado Islâmico no mundo. Mesmo assim, para o país submergido na violência há mais de uma década, ataques como este são o “pão de cada dia”, denúncia um sacerdote missionário na região.
Hadi Center de Karrada, distrito de clase-media alta de Baghdad (Irak), antes y después del atentado. pic.twitter.com/XIyqdeBk6N
— Phylos (@phylos_skp) 3 de julho de 2016
Um carro cheio de explosivos e metralhadoras explodiu na região comercial de Karada, de classe média alta e de maioria muçulmano xiita, causando a morte de aproximadamente 215 pessoas de acordo com a rede de notícias CNN. Algumas horas depois, um novo atentado aconteceu na vizinhança de Shaab, ao sudeste de Bagdá, matando outra pessoa.
O grupo terrorista Estado Islâmico (ISIS) assumiu a responsabilidade pelo massacre. Os extremistas exortaram os seus militantes em diversas partes do mundo a fim de que realizem atentados durante o mês de Ramadã, ou seja, mês de jejum obrigatório para os muçulmanos, realizado entre os dias 6 de junho e 6 de julho.
No último dia 1º de julho, o Estado Islâmico havia realizado um atentado em Daca, capital de Bangladesh, matando mais de 20 pessoas, entre eles turistas da Itália, Índia, Estados Unidos e Japão.
Em 28 de junho à noite, o ISIS provocou um atentado no aeroporto de Istambul, causando a morte de 41 pessoas.
“O último atentado foi algo espantoso” e “mais forte do que os outros” realizados pelo grupo terrorista muçulmano, lamentou o Pe. Luis Montes, sacerdote missionário do Instituto do Verbo Encarnado (IVE), que exerce seu ministério sacerdotal há 20 anos no Oriente Médio e há mais de cinco anos no Iraque.
Recentemente transferido para Erbil, no Curdistão Iraquiano, Pe. Montes viveu antes em Bagdá.
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Os atentados, disse ao Grupo ACI o Pe. Montes, são “o pão de cada dia há 13 anos” e é algo que os iraquianos “sofrem continuamente”.
De acordo com o último boletim da Organização Internacional para as Migrações (OIM) de fevereiro deste ano, a violência provocada pelo Estado Islâmico no Iraque causou mais de 3,3 milhões de deslocados internos no país desde janeiro de 2014.
Segundo um relatório das Nações Unidas publicado no começo deste ano, entre janeiro de 2014 e outubro de 2015, mais de 18.800 civis foram assassinados e outros 36 mil ficaram feridos.
O relatório da ONU indicou que o Estado Islâmico “continua cometendo uma violência sistemática e estendida e abusos contra as leis internacionais humanitárias e de direitos humanos”.
Em março, os Estados Unidos reconheceram como “genocídio” os crimes do ISIS contra os cristãos e outras minorias religiosas no Oriente Médio e outras regiões que estão sob seu poder.
O Pe. Luis Montes e os missionários do IVE no Oriente Médio criaram os sites Amigos do Iraque e S.O.S. Cristãos na Síria a fim de canalizar a ajuda solidária aos cristãos perseguidos.
Confira também:
“Por favor, salvem-nos do ISIS”: o apelo de #WeAren2016 ante a ONU https://t.co/I7J3NYW7iQ
— ACI Digital (@acidigital) 29 de abril de 2016