ROMA, 7 de jul de 2016 às 17:00
“Os cristãos estão desmoralizados de verdade” e estão sendo “aniquilados”, expressou o Patriarca da Antioquia dos sírios, Sua Beatitude Ignace Youssif III Younan, em uma entrevista na qual pediu cortar as vias de financiamento do grupo terrorista Estado Islâmico (ISIS), e disse que são “os fanáticos que estão onde existe o islã radical e político”.
#YoSoyRefugiado y rezamos por todas las personas que huyen del terror del #ISIS y por #CristianosPerseguidos en Siria pic.twitter.com/aSq5tiID69
— AyudaIglesNecesitada (@AyudaIglesNeces) 2 de setembro de 2015
Em declarações difundidas no dia 6 de julho pela Rádio Vaticana, o Prelado se referiu à crise e à guerra na Síria, que já completou cinco anos. Recordou que antes que começasse a violência, havia “um certo nível de segurança para todos e era possível andar por qualquer local a qualquer hora, de dia e de noite; os cristãos faziam o possível por construir um país orientado à laicidade. Agora, os cristãos estão perdendo a confiança”, assinalou.
Por isso, indicou, “devemos fazer com que sintam a voz (dos cristãos sírios) no mundo a fim de que as potências compreendam que nós, portadores de uma civilização milenar, estamos a ponto de ser aniquilados e expulsos”.
Dom Younan assinalou que não é difícil descobrir as fontes de financiamento dos terroristas islâmicos. “A origem do financiamento é muito clara: provêm desses fanáticos que estão onde existe o islã radical e político. São eles que financiam os jihadistas”.
“Se verdadeiramente a comunidade internacional quer pôr um fim a tudo isto, deve exortar a estes países a acabar com o financiamento, a deixar de enviar jihadistas e ser seus cúmplices”.
“Vamos ao coração do problema: o problema não é político nem social. Os jihadistas sempre existirão: eles leem no Corão os versos violentos e como para eles estes versos são palavra de Deus, haverá sempre pessoas que pensem que Deus quer que se convertam em terroristas preparados para matar os infiéis”, indicou.
Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram
Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:
Nesse sentido, o patriarca sírio questionou o tipo de educação que estas pessoas ensinam às crianças e aos jovens. “Não é uma questão política, nem econômica: é uma questão religiosa. Estas pessoas querem impor sua religião, porque interpretam seu livro ao pé da letra – textualmente –, e sem um trabalho de exegese, que é tão necessário”.
Na última quarta-feira, o exército sírio anunciou uma trégua de 72 horas que coincide com a festividade de “Aid al-Fitr”, a qual encerra o mês sagrado muçulmano do Ramadã.
Do mesmo modo, o coordenador geral da opositora Comissão Suprema para as Negociações (CSN), Riad Hiyab, pediu no Twitter o cumprimento da trégua de todos os grupos envolvidos.
Segundo informou, durante o mês do Ramadã, os combates continuaram e morreram mais de 1.100 civis, entre eles, 249 eram menores de idade.
Em fevereiro, a Rússia e os Estados Unidos fizeram um acordo de cessar-fogo na Síria, que excluía as áreas controladas pelo ISIS e pela Frente al-Nusra.
O governo do Bashar Al Assad e a CSN aceitaram a trégua, mas esta fracassou porque os enfrentamentos continuaram sendo feitos em várias regiões do país, o local mais atingido foi a cidade de Alepo.
Confira também:
Aprendi a ser sacerdote na Síria, afirma missionário sul-americano https://t.co/RwoOIUzm8f pic.twitter.com/Qs57IEvi3m
— ACI Digital (@acidigital) 17 de maio de 2016