ROMA, 22 de jun de 2004 às 17:16
Em uma entrevista concedida ao jornal italiano La Stampa, o Cardeal venezuelano Rosalio Castillo Lara, classificou de “gravíssima” a situação econômica e social em seu país, e afirmou que a “Venezuela está se cubanizando”.
"A situação tem piorado terrivelmente. O país é o mais rico da América Latina mas a impressão que tenho é que (o Presidente) Chávez quer acabar com ele. Destruiu a indústria e sufoca o comércio, porque quer, como Castro, eliminar as distinções sociais, deixando a todos o mais baixo nível de maneira que todos sejamos pobres”, assegurou o Purpurado.
Não obstante, o Cardeal Castillo Lara denunciou o governo chavista de fomentar a tortura assim como a repressão de manifestação.
“Começaram a disparar e mataram até doze pessoas em uma manifestação pacífica. Têm cerca de 370 pessoas detidas, gente simples, que marchava. Vários foram mantidos na prisão por meses e outros torturados", assegurou o Purpurado.
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O uso de "eletricidade nos testículos, de agulhas nas unhas, de inseticida na língua e do pó das bombas lacrimogeneas sobre o corpo, altamente urticante" são alguns dos métodos de tortura denunciados pelo Cardeal.
"Formulei uma idéia: o sonho de Chávez é realizar a revolução em toda a América Latina contra os Estados Unidos, o inimigo. Chaves quer fazer o que Cuba não conseguiu realizar", afirmou.
"É um sonho que os demais países do continente não seguem. No Brasil, Lula é de esquerda, mas não é bobo e tomou as distâncias", indicou.
Segundo o Cardeal, o projeto de "cubanização" da Venezuela se evidencia na formação "dos círculos bolivarianos" que, para o Purpurado, constituem "grupos paramilitares com delinqüêntes armados" e, também, na presença no país de 20 mil cubanos, médicos e professores, encarregados de "adoutrinar" aos venezuelanos.