BANGKOK, 14 de jul de 2016 às 18:00
Passar de uma pequena localidade no centro da Espanha como é Ciudad Real para a Tailândia é uma enorme mudança, algo que o missionário espanhol Pe. Luis Miguel Avilés conhece bem. Ele viveu naquele país durante 10 anos evangelizando e trabalhando pela educação dos jovens, especialmente em defesa das menores que estão em perigo de cair na prostituição e no tráfico de pessoas.
Em entrevista concedida ao Grupo ACI, o sacerdote explicou que uma das formas de combater estes flagelos é a educação das meninas, especialmente no nordeste do país.
As jovens dessa região, relata, “tradicionalmente eram captadas para trabalhar em bordéis no sul, que é mais turístico. Especialmente perigosa é a época em que estão no colégio secundário”.
“Aí, muitas delas deixam a escola e vão trabalhar normalmente na prostituição”, denúncia.
O missionário explica que “as salesianas do Bankok estabeleceram uma série de ‘corredores’ para que as jovens se formem com cursos para fazer outros trabalhos nas casas como nas áreas de cozinha e limpeza. Elas ensinam tudo e assim as meninas têm outra opção para trabalhar”.
Desta maneira, “muitas foram capazes de sair de um caminho que as levava à prostituição”.
Outro grande colaborador da Igreja na luta contra o tráfico é a ONG espanhola ‘Somos Uno’, fundada pelo famoso escritor José Luis Olaizola e que, na Tailândia, é dirigida pela professora de espanhol Rasamis Crisanamis e pelo sacerdote jesuíta Pe. Alfonso.
“Compartilhei alguns projetos de ‘Somos Uno’ no norte da Tailândia. São especialmente importantes os relacionados com as etapas críticas da adolescência, quando muitos dos pais tiram as meninas da escola para que trabalhem e, ao final, acabam caindo nas mãos das máfias”, assegura ao Grupo ACI.
O missionário explica que está convencido de que grande parte da solução para este grande problema está na “formação das jovens”.
Como chegou à Tailândia?
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Depois de trabalhar por 17 anos em Ciudad Real, o Pe. Avilés decidiu se oferecer para sair para evangelizar onde fosse necessário. “Apresentou-se a possibilidade de ir à Ásia, eu não tinha nenhum inconveniente, assim, me destinaram para a Tailândia”, explica ao Grupo ACI.
Segundo recorda, a primeira coisa que “saboreou” da Tailândia quando chegou ao aeroporto “foi um grande golpe de calor” e pensou “o que me espera aqui?”. “Mas, na verdade, a chegada foi simples, porque já havia companheiros sacerdotes que realizavam um projeto e eu me inseri nele”.
Durante dois anos e meio, aprendeu tailandês e se envolveu totalmente na cultura do país. Posteriormente, foi destinado a uma paróquia na bacia do rio Mecong, na fronteira com Laos.
“É uma área muito conflitiva, porque há muita droga que passa entre as fronteiras. Ali, a polícia fluvial e antidrogas estava constantemente”, precisa.
Nesse lugar, viveu cerca de seis anos, apoiando e formando a comunidade católica, que representa 0,4 por cento da população do país.
O sacerdote assinala que, pelo fato da Tailândia ser um país eminentemente budista, torna-se de vital importância na missão “a formação de líderes seculares, catequistas e que se formem bem as vocações religiosas e ao sacerdócio”.
Isto, ressalta, porque “terá que manter as comunidades, sejam pequenas ou grandes, fiéis ao catolicismo em um ambiente budista”.
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— ACI Digital (@acidigital) May 30, 2016