ROMA, 19 de jul de 2016 às 10:30
A igreja de Santa Maria em Trabzon – onde em 2006 foi assassinado o Pe. Andrea Santoro – foi atacada na noite de sábado por uma multidão durante as manifestações a favor do Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que enfrentou uma tentativa de golpe de Estado que deixou cerca de 300 mortos.
Protesters are trying to stop tanks moving into the capital of Ankara, Turkey, as military factions attempt a coup. pic.twitter.com/hlD0DcVSut
— AJ+ (@ajplus) 15 de julho de 2016
A notícia foi divulgada pelo site turco ‘Sat7’, que segundo a revista ‘Mundo e Missão’, “representa a voz mais significativa dos cristãos em todo o Oriente Médio”.
Este site indicou que, naquela noite, também foi atacada a igreja protestante de Malatya, Anatólia, onde em 18 de abril de 2007 três cristãos – os turcos Necati Aydin e Ugur Yuksel e alemão Tilmann Geske – foram atacados e degolados.
‘Mundo e Missão’ indicou que “os dois incidentes ocorreram na noite de sábado durante as manifestações de apoio a Erdogan”.
Em Malatya, lançaram pedras no templo; enquanto em Trabzon, onde as demonstrações de apoio ao governo foram “impressionantes”, uma dúzia de pessoas tentou forçar a porta da igreja católica, no entanto, não conseguiram abri-la graças a alguns vizinhos muçulmanos que deram o alerta.
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Embora os danos a ambos os lugares tenham sido leves, a revista observou que “a natureza intimidatória é evidente; seja pelo significado dos dois lugares, como também pelo fato de que não se trata de episódios isolados”.
Da mesma maneira está o fato de que, no início de junho, o último acusado dos assassinatos de Malatya, Bulent Aral, foi colocado em liberdade enquanto o processo segue, estendendo-se de forma indefinida.
Isto “se entrelaça com o enfrentamento que acontece entre Erdogan e Hizmat, o movimento Gülen Fetullah, acusado abertamente pelo presidente como instigador do golpe: algumas evidências apoiam as teses de que o julgamento pela matança de cristãos em Malatya foi manipulado por setores próximos a Fethullah Gülen, que queria utilizá-lo para condenar os seus opositores”.
“Neste cenário preocupante de hoje na Turquia, qualquer pessoa pode se sentir novamente legitimado para colocar na mira os cristãos. Ao menos para adverti-los que ainda estão na mira”, assinalou a revista.
Confira também:
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— ACI Digital (@acidigital) 18 de julho de 2016