CRACÓVIA, 29 de jul de 2016 às 06:15
O Papa Francisco chegou nesta sexta-feira no campo de concentração de Auschwitz para percorrer em silêncio e oração silenciosa o local onde mais de um milhão e cem mil pessoas foram mortas pelos nazistas.
Assim, por volta das 9h30, o Santo Padre atravessou o portão que há mais de 70 anos foi cruzado por centenas de milhares de pessoas – sob o lema “O trabalho liberta” – para morrer nas câmaras de gás ou nos trabalhos forçados.
Em seguida, sentando-se em um banco, o Pontífice ficou sozinho para rezar em silêncio, uma oração que durou 13 minutos em memória das vítimas.
Terminado esse momento, Francisco caminhou e beijou um dos postes do campo, para dirigir-se ao “muro da morte” e, em seguida, para a cela onde São Maximiliano Kolbe morreu. Em Auschwitz, também morreu Santa Edith Stein.
Este lugar foi visitado por São João Paulo II, em 7 de junho de 1979, e Bento XVI, em 28 de maio de 2006.
O campo de Auschwitz
Após a eclosão da Segunda Guerra Mundial, os alemães começaram a prender um grande número de poloneses, assim como membros da resistência, como artistas, sacerdotes, intelectuais, funcionários públicos, professores, políticos etc. Devido ao grande número de detidos na primavera de 1940, iniciaram a construção do primeiro campo de concentração no povoado de Oswiecim, ao qual nomearam Auschwitz.
Por quase dois anos, a grande maioria dos detidos eram poloneses, cerca de 150.000, e a metade deles morreu. Os transportes cada vez foram trazendo mais e mais judeus, embora ainda não fossem muitos. Um grande número de pessoas morria de fome, doenças, terrorismo interno e por causa dos trabalhos forçados.
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Depois da invasão da União Soviética em junho de 1941, os nazistas começaram a construir um enorme campo na aldeia vizinha de Brzezinka (Birkenau), cujos habitantes foram deslocados e suas casas demolidas. Da união de ambos os campos nasceu Auschwitz II-Birkenau, onde, desde a primavera de 1942, os alemães começaram o extermínio massivo de judeus.
Os judeus totalizaram 90% de todas as vítimas, entretanto, o povo cigano também foi alvo da política de extermínio nazista.
Em outubro de 1942, a terceira parte deste grande campo de concentração foi construída. No verão de 1944, o complexo de Auschwitz compreendia cerca de 40 quilômetros quadrados (Auschwitz I, Auschwitz II-Birkenau e cerca de 48 campos de satélite). Nessa época, tinha aproximadamente 135.000 prisioneiros, que equivaliam a 25% de todos os campos de concentração.
Nos quase cinco anos que funcionou, foram registrados 400.000 prisioneiros. No entanto, isso não inclui homens, mulheres e crianças que morreram nas câmaras de gás sem ser registrados, porque foram enviados à morte logo que chegaram de trens. Estima-se que 900.000 pessoas morreram desta forma. No total, 1.100.000 pessoas morreram em Auschwitz.
Finalmente, o campo foi libertado em 27 de janeiro de 1945. Em 2005, as Nações Unidas adotaram esta data como o Dia Internacional do Holocausto.
Confira também:
VÍDEO: Papa Francisco reza frente ao “muro da morte” em Auschwitz https://t.co/3isXTf2JnJ
— ACI Digital (@acidigital) 29 de julho de 2016