REDAÇÃO CENTRAL, 9 de ago de 2016 às 05:00
Santa Edith Stein nasceu em Breslau (1891), cidade que pertenceu à Alemanha e que, em seguida, passou para a Polônia. Na adolescência, deixou a religião judaica, porque não encontrava nela sentido à sua vida.
Mais adiante, chegou a ser uma brilhante estudante de fenomenologia na Universidade da de Gottiengen onde conheceu o pensamento dos filósofos Husserl e Martin Heidegger (dois dos mais importantes do século XX). Finalmente, Edith recebeu o diploma de Filosofia da Universidade de Freiburg.
Por seu alto sentido de solidariedade, alistou-se à Cruz Vermelha como enfermeira durante a Primeira Guerra Mundial, destacando-se por sua amabilidade, serviço e autocontrole.
Em 1921, Edith decidiu acompanhar uma amiga que tinha se tornado viúva e ficou impactada ao encontrá-la com uma grande paz e fé em Deus. Foi assim que desejou conhecer a fonte dessas graças e começou a ler, na casa da viúva, a biografia de Santa Teresa de Jesus.
Entrou em um estado de crise profunda e em um momento de purificação até que, meses depois, decidiu ser batizada. Buscou a ajuda de um sacerdote e recebeu o sacramento em 1922. Ao ser católica, sentiu-se mais judia, porque encontrou em Jesus Cristo o sentido de toda a sua fé e vida.
Pouco a pouco, foi brotando nela a inquietude vocacional, enquanto era acompanhada por seu diretor espiritual. Começou a trabalhar como professora na escola de formação de professores das dominicanas de Santa Madalena, ministrou palestras, traduziu livros, destacou-se profissionalmente e, às vezes, retirava-se para encontrar a paz na abadia beneditina de Beuron.
A situação política na Alemanha começou a piorar, mas Edith não desanimou e entrou para o Carmelo, o que havia sido seu sonho por muitos anos, deixando a fama. Em 15 de abril de 1934, tomou o hábito carmelita e mudou seu nome para Teresa Benedita da Cruz.
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A situação para os judeus se agravou e Edith pediu para ser transferida para evitar o perigo para as religiosas do lugar. Foi enviada para uma comunidade na Holanda, junto com sua irmã Rosa, que também tinha se convertido ao cristianismo e servia como uma irmã leiga.
Quando aconteceram as deportações dos judeus, os luteranos, calvinistas e católicos concordam em ler em conjunto um texto de protesto durante os serviços religiosos. Os nazistas também ameaçavam deportar os judeus convertidos ao catolicismo.
As forças de ocupação nazistas declararam todos os católicos-judeus como “apátrida”. Um corpo militar nazista entrou no convento carmelita e levou Edith e Rosa. Ao sair, a santa segurou a mão de sua irmã e disse: “Venha, vamos, por nosso povo”.
Foram levadas ao campo de concentração de Westerbork e os prisioneiros ficaram admirados com o testemunho de paz de Santa Edith, que se preocupava por ajudar e consolar os demais, mesmo nas duras condições de humilhações e tormentos que viviam.
Foram enviadas para Auschwitz, com milhares de judeus, e chegaram ao campo de concentração em 9 de agosto de 1942. Imediatamente, os prisioneiros foram conduzidos para a câmara de gás e Santa Edith partiu para a Casa do Pai, oferecendo sua vida pela salvação das almas, a libertação do seu povo e a conversão da Alemanha.
Santa Edith Stein foi canonizada por São João Paulo II em 1998, que lhe deu o título de “mártir do amor” e, em outubro de 1999, foi declarado co-padroeira da Europa.