“Não sabemos o que poderá acontecer”, expressou o Pe. Ibrahim, pároco de Aleppo, ante a proximidade da “batalha final” entre o governo sírio e os grupos rebeldes e jihadistas pelo controle da cidade; por isso, chamaram sacerdotes e fiéis a rezar e jejuar para que chegue a paz.

O governo sírio realizou mais bombardeios na última terça-feira contra a região oriental da cidade, controlada pelos grupos rebeldes e jihadistas, entre os quais se encontra Fath al-Sham.

Além disso, segundo a agência AFP, cerca de dois mil combatentes sírios, iranianos e do grupo xiita Hezbollah (Líbano) chegaram a Aleppo para apoiar as forças do governo; enquanto no domingo os rebeldes e jihadistas anunciaram uma aliança para a batalha na qual pensam em se apoderar da cidade.

“Na verdade, não sabemos o que poderá acontecer. Anunciamos a todos os sacerdotes, desde ontem, e também dissemos às pessoas que devemos jejuar e rezar durante as próximas 72 horas, para que a paz sempre reine e vença a guerra”, expressou o Pe. Ibrahim.

Em declarações difundidas no dia 9 de agosto pela Rádio Vaticano, o sacerdote assinalou que a situação está cada vez mais difícil “porque continuam ocorrendo os bombardeios que são intensificados à noite”, mas também acontecem os ataques com mísseis que caem “sobre a zona oeste da cidade, onde nós vivemos”.

Pe. Ibrahim disse que a população “tem medo, falta eletricidade e água”, além disso “tudo está caro e nos últimos dias duas regiões foram desocupadas e muitas pessoas dormiram e continuam dormindo nas ruas e nas tendas”.

Nesse sentido, expressou suas dúvidas de que comece a trégua humanitária pedida pela ONU. A chegada das tropas, indicou, faz com que se pensa que haverá “uma guerra total”.

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“Por sua parte, o exército quer retomar as partes que perdeu nos últimos dias, enquanto estes grupos militares se preparam para entrar na Hamadaniya e toda a zona oeste da cidade”, indicou.

O sacerdote esclareceu que utiliza-se a palavra “rebeldes” para referir-se àqueles que lutam contra o governo de Bashar Al Assad “porque hoje em dia, como vemos e escutamos, dentro da cidade são mais os jihadistas do que os rebeldes que assumem a liderança de todos estes grupos militares, que na verdade são muito diversos”.

Em meio a esta situação, Pe. Ibrahim assinalou que seguem atendendo à população e “é um milagre” que ainda possam distribuir pacotes alimentares a “milhares de famílias necessitadas”.

“É um milagre e uma providência divina que possamos comprar tudo antes do fechamento da rua principal de Aleppo”, expressou.

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