MADRI, 11 de ago de 2016 às 12:00
A onda de atentados terroristas de caráter islamista que atinge a França há um ano e meio obriga cada vez mais a tomar medidas extremas de segurança em todos os setores. Especialmente nas igrejas, que estão na mira dos jihadistas.
É o caso do Santuário da Virgem de Lourdes, que está intensificando a segurança com a proximidade da Solenidade da Assunção – festa nacional na França – celebrada na próxima segunda-feira, 15 de agosto, ao ponto de ter sido considerado o cancelamento da Missa e da procissão, da qual participam 25.000 pessoas a cada ano, conforme assinala o jornal Catholic Herald.
A grande concentração de peregrinos representaria um problema de segurança para as autoridades, como reconheceu a prefeita da região dos Pirineus, Beatrice Lagarde.
Por isso, no dia da Virgem, as estradas que levam a Lourdes estarão fechadas e os contêineres serão substituídos por bolsas de plástico transparentes.
Deste modo, a maioria das entradas ao santuário serão fechadas para obrigar os peregrinos a ingressar através das portas de segurança, nas quais serão realizados diferentes registros.
Um total de 250 pessoas participarão do sistema de segurança, incluídos policiais e especialistas em desativação de bombas.
Enquanto não se diga o contrário, a previsão é de que a procissão comece dentro do local, em vez de começar na cidade como de costume. Apesar de tudo, Lagarde recordou que acima de tudo os fiéis têm direito de ingressar ao santuário e que, por isso, “estão trabalhando na segurança”.
Há uma grande preocupação, sobretudo pelos últimos atentados islamistas deste verão em Nice, no qual morreram 85 pessoas e o assassinato do sacerdote Pe. Jacques Hamel.
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O doutor Michael Moram, membro do Comitê Médico Internacional de Lourdes, assinalou que apesar de ser “triste” ver barricadas nas estradas de acesso ao santuário, não há outra opção a não ser prevenir, pois há uma sensação generalizada na Europa – especialmente na França – de que aconteça novamente um ataque terrorista.
“Estava em Lourdes no momento do trágico atentado em Nice. Enquanto celebrava a procissão de tochas no santuário, sendo testemunha de tanta bondade na humanidade ao meu redor, chegou a terrível notícia do que estava ocorrendo em Nice. O mal existe em nosso mundo e já não podemos esperar que qualquer lugar permaneça imune da ameaça do terrorismo”, assinala Moram.
Apesar disso, o médico de Lourdes assinalou que “embora vivamos em tempos terríveis, a bondade prevalecerá sobre o mal. Por isso, pedimos a proteção proporcionada pela senhora Lagarde e sua equipe e pelas autoridades no santuário”.
Publicado originalmente no Actuall
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— ACI Digital (@acidigital) 2 de agosto de 2016