MADRI, 23 de jun de 2004 às 12:19
Foi elevado a um total de 250 o número de mártires valencianos assassinados por “ódio à fé” durante a perseguição religiosa em 1936 cujas causas de canonização abrirá nesta quarta-feira 23 o Arcebispo de Valência, Dom Agustín García-Gasco, na primeira fase diocesana do processo .
A causa de canonização, que inicialmente compreendia 244 mártires, tem agora mais seis novos casos que completam os 250. No total, trata-se de 185 sacerdotes diocesanos, 9 religiosos e religiosas e 56 leigos "martirizados por ódio à fé", segundo indicou nesta terça-feira à agência AVAN o delegado episcopal para as Causas dos Santos, D. Ramón Fita.
Durante a cerimônia, a realizar-se no Palácio Arcebispal em horas vespertinas, tomarão posse os membros do tribunal, integrado por um juiz delegado, um promotor de justiça e uma notária atuante. Além disso, será constituída uma comissão de peritos em História e Arquivística.
Fita animou a “todos os fiéis que possuem algum escrito, dado ou documentação dos servos de Deus a comunicá-lo ao tribunal” posto que se buscará todos os escritos e documentos que sejam ou atribuam-se aos mártires. De igual modo, o tribunal recolherá todos os documentos e testemunhos relativos ao fato martirial e sua fama de martírio a fim de provar sua perseguição e morte por causa da fé.
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Ramón Fita indicou que, uma vez concluída a fase diocesana do processo de canonização, o Arcebispado de Valência remiterá à Santa Sé o expediente para que a Congregação para a Causa dos Santos continue o processo. Uma vez aprovada a validade da fase diocesana, a congregação vaticana nomeará um relator que "seguirá muito de perto a redação da ‘positio’ ou trabalho definitivo que demonstrará detalhadamente o martírio.
Posteriormente, uma equipe de teólogos e historiadores dará seu parecer sobre o trabalho realizado. Se o voto é positivo a causa será estudada por um congresso de bispos e cardeais. Sendo aprovada, o Papa fará público o Decreto de Martírio, condição prévia e necessária para a beatificação. O processo culminará com a canonização do mártir se for possível demonstrar um milagre atribuído a sua intercessão.
Dom García-Gasco anunciou a abertura da caua de canonização no mês de maio durante a missa que presidiu no Seminário Metropolitano de Moncada com motivo da festividade de "Cristo, Sumo e Eterno Sacerdote".
Este é o segundo grupo de mártires valencianos da perseguição religiosa de 1936 quem tem o processo de canonização aberto, depois do integrado por 226 pessoas que foram beatificadas pelo Papa João Paulo em 11 de março de 2001 na praça de São Pedro.