Macau, 26 de ago de 2016 às 07:00
O reitor da Universidade de São José, em Macau, Padre Peter Stilwell, admitiu que enxerga certa abertura do governo chinês em relação à instituição. Entretanto, ressaltou que ainda não é possível “recrutar alunos da China continental”.
Fundada em 1996, a Universidade de São José é ligada à Diocese de Macau e também à Universidade Católica Portuguesa, tendo o território de Macau sido administrado anteriormente por Portugal.
A intenção da Universidade tinha a intenção de acolher alunos provenientes da China continental. Mas, o governo chinês não permitiu que eles realizassem seus estudos em Macau.
Em entrevista à Agência Ecclesia, do episcopado português, Pe. Stilwell explicou que “é preciso uma licença do governo central para que os alunos obtenham um visto para estudar em Macau e ainda não foi conseguido”.
“As razões que são dadas têm evoluído e, ultimamente, mostram certa abertura”, declarou o sacerdote, para quem, esta abertura está relacionada e “depende” das negociações em curso entre a Santa Sé e Pequim.
O reitor disse haver informações de que as negociações de aproximação entre o Vaticano e a China têm “decorrido muito bem ao longo do último ano”. Segundo ele, isso teria um papel importante para Macau e para a Universidade de São José.
Atualmente, a Universidade de São José conta com 1300 alunos e oferece formação em Teologia, Design, Comunicação Social, Educação, Psicologia, Gestão e Serviço Social. Pe. Stilwell considera que, sem a limitação imposta pela China, seria possível chegar a 2200 estudantes.
“Seria importante para o desenvolvimento e sustentabilidade da nossa universidade”, assinalou o reitor da instituição “mais internacional” de Macau, que conta com “cerca de 60 nacionalidades”. “Lecionamos em inglês por nos dar um meio que permite recolher pessoas, quer professores, quer alunos, de muitas nacionalidades”.
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Atualmente, a Universidade de São José funciona “em andares ou apartamentos no centro de Macau”. No entanto, o reitor contou à Agência Ecclesia que esta realidade mudará em um ou dois meses
A Diocese local ofereceu à Universidade o espaço de uma antiga escola secundária que foi demolida e onde, agora, será construído o campus universitário. Com isso, o sacerdote indica que poderão permitir aos professores e alunos terem “contexto para uma vida universitária”.
Para além da estrutura física, Pe. Peter Stilwell considerou que é preciso se esforçar pela “qualidade” e para “garantir que a formação que damos é a que as pessoas procuram, sentem que lhes dá uma visão do mundo”.
O sacerdote recordou ainda que, historicamente, a Igreja Católica em Macau sempre esteve empenhada em relação à educação, pois precisava “formar missionários”. Por isso, na educação superior, sempre houve “ensino das línguas, ensino da cultura, o ensino da Teologia, como o lugar de preparação do encontro entre o ocidente e a China”.
Confira também:
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— ACI Digital (@acidigital) March 23, 2016