CARACAS, 31 de ago de 2016 às 17:00
A Presidência da Conferência Episcopal da Venezuela exortiu a manter um “clima de paz, convivência social, tolerância e respeito” ante a convocatória de distintos líderes políticos para a mobilização desta quinta-feira, 1° de setembro, em Caracas.
A mobilização tem a finalidade de exigir a realização do Referendo Revocatório ao Presidente Nicolás Maduro. Para isso, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) determinou que consigam 4 milhões de assinaturas para que no fim do mês de outubro seja ativado o processo.
O referendo deve ser realizado antes que o governo complete a metade do seu período de 6 anos, pois se a consulta popular acontecer em 2017, Maduro seria substituído pelo seu vice-presidente Aristóbulo Istúriz.
Em 29 de agosto, os Bispos expressaram mediante um comunicado que a convocatória se enquadra no “legítimo direito estabelecido na Constituição e o ordenamento jurídico da Venezuela”, portanto, “o Estado tem a obrigação de garantir a todos os cidadãos o direito à livre expressão de suas ideias, a livre circulação pelo país, assim como a integridade pessoal e o respeito do Bem Comum”.
Nesse sentido, as “mobilizações, concentrações e atividades de caráter político” devem se desenvolver em um clima de paz, convivência social, tolerância e respeito, cita o comunicado.
O Episcopado chamou os participantes a “expressar-se com o respeito que merecem as opiniões contrárias e com o propósito de trabalhar pela paz, como o Senhor Jesus nos pede” e reafirmou sua “proximidade para com todos, especialmente com aqueles que mais sofrem”.
“Os fiéis cristãos leigos têm um papel muito importante na edificação da paz no país; em particular aqueles que se dedicam à política e ao trabalho ou ao voluntariado social: devem se esforçar para tornar possível a cultura do encontro e do diálogo construtivo e criar o ambiente para a reconciliação de todos os homens e mulheres da Venezuela”.
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Os Bispos recordaram a Exortação “O Senhor ama quem busca a justiça” feita pela Conferência Episcopal no dia 12 de julho como resultado da crise social e política que o país vive e reiteraram “a necessidade de oferecer respostas ideais às necessidades e desejos do povo venezuelano”.
Por último, precisaram que os sacerdotes devem “abster-se de participar de atividades político-partidárias” devido à sua “vocação de padres e servidores de todos sem exceção”.
“Cada sacerdote, desde seu centro de trabalho pastoral, têm o dever de promover a oração pela paz e pelo bem de todos os venezuelanos, fomentar o encontro, o entendimento e o diálogo, assim como favorecer a integridade de todos os cidadãos, especialmente dos mais frágeis e necessitados”. “Por isso, insistimos como expressão da misericórdia neste Ano Jubilar, na constituição das ‘Caritas Paroquiais’”, conclui o comunicado.
O texto foi assinado pelo Presidente de Honra da CEV e Arcebispo de Caracas, Cardeal Jorge Urosa Savino; o Presidente da CEV e Arcebispo de Cumaná, Dom Diego Padrón Sánchez; o 1° Vice-presidente da CEV e Bispo de Barinas, Dom José Luis Azuaje Ayala; o 2° Vice-presidente da CEV e Bispo de San Cristóbal, Dom Mario Moronta Rodríguez; e o Secretário Geral da CEV e Bispo de San Felipe, Dom Víctor Hugo Basabe.
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— ACI Digital (@acidigital) 15 de agosto de 2016