CARACAS, 2 de set de 2016 às 14:00
O Arcebispo de Cumaná e Presidente da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), Dom Diego Padrón, disse que o governo do país sofre uma otite “crônica” ante o sofrimento do povo e destacou o caráter pacífico e democrático da “Tomada de Caracas”, manifestação que reuniu no dia 1º de setembro, na capital da Venezuela, mais de um milhão de cidadãos que apoiam o referendo revocatório do presidente Nicolás Maduro.
Más de 1 millón de Venezolanos colman las principales avenidas de la capital al grito de #VzlaRevocaEnLaCalle pic.twitter.com/wfYh1EK2d5
— Voluntad Popular (@VoluntadPopular) 1 de setembro de 2016
Ontem de manhã, opositores e simpatizantes do governo de Maduro saíram às ruas. Entretanto, o grupo de críticos ao regime ultrapassou a quantidade de oficialistas, somando, segundo seus organizadores, mais de um milhão de pessoas.
Em declarações difundidas pela sala de imprensa da CEV, Dom Padrón assinalou que “o que o povo fez, tanto a oposição como o oficialismo, foi uma manifestação livre, democrática, constitucional e pacífica da consciência de seus direitos civis”.
“Estivemos rezando há muito tempo nas diversas paróquias com dias de jejum e oração, a fim de que a realização das concentrações do dia 1º de setembro e o desenvolvimento das atividades em favor da democracia venezuelana se realizassem em um grande clima de respeito e tranquilidade”, indicou.
O Presidente da CEV denunciou que “quem anunciou e agiu com violência foi o governo, com as várias perseguições que realizou aos diversos dirigentes da oposição”.
Allí está la fuerza del cambio!Allí está un Pueblo que tiene claro su camino:REVOCATORIO!Viva Venezuela! pic.twitter.com/HIG9iVCHPE
— Henrique Capriles R. (@hcapriles) 1 de setembro de 2016
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“A otite do governo se tornou crônica ante o sofrimento do povo, a escassez, o desabastecimento, a carestia da vida e a insegurança”, lamentou.
Em seguida, Dom Padrón criticou o fato de que o governo tivesse impedido o livre trânsito pelo país, na tentativa de evitar o êxito da “Tomada de Caracas”.
“O governo cometeu um erro gravíssimo ao se opor à vontade da maioria do povo. A voz do povo é a voz de Deus”, disse o Arcebispo venezuelano.
O Prelado assinalou que, embora “respeite muito a marcha ou a concentração do governo”, objetivamente não é comparável com a dos opositores, pois “qualquer cidadão pode perceber a enorme diferença da mobilização, a maioria opositora frente à pouca participação dos oficialistas”.
Que hable la calle, y que hable la calle con gente, y que hable la calle en paz y que hable la calle en democracia. pic.twitter.com/Ed0q5ASztp
— Lilian Tintori (@liliantintori) 1 de setembro de 2016
“Isto é uma mensagem clara ao governo, por isso, o revocatório do povo venezuelano já começou”, assinalou.
Confira também:
Autoridade vaticana pede rezar pela Venezuela: Há grande sofrimento na população https://t.co/UVinbkDwu1
— ACI Digital (@acidigital) 15 de agosto de 2016