Em sua mensagem aos participantes do Jubileu dos Operadores e Voluntários da Misericórdia, reunidos neste dia 3 de setembro durante a Audiência Jubilar na Praça de São Pedro, o Papa Francisco assegurou que não seria digno da Igreja nem de um cristão “passar ao largo” ante as muitas formas de pobreza que pedem por misericórdia.

O Jubileu dos Operadores e Voluntários da Misericórdia acontece em Roma de 2 a 4 de setembro e culminará com a cerimônia de canonização da Beata Teresa de Calcutá, cujo exemplo o Papa incentivou a seguir.

“Não é possível desviar o olhar e tomar outra direção para não ver as muitas formas de pobreza que pedem misericórdia”, disse o Santo Padre e sublinhou que “não seria digno da Igreja nem de um cristão ‘passar ao largo’, supondo que se pode ter a consciência tranquila só por termos rezado”.

“O Calvário é sempre atual; de nenhum modo deixou de existir, nem permanece como uma bela pintura nas nossas igrejas. O vértice de ‘compaixão”, de onde brota o amor de Deus diante da miséria humana, ainda fala aos nossos dias e impele sempre a dar novos sinais de misericórdia”.

Francisco assinalou: “Nunca me cansarei de dizer que a misericórdia de Deus não é uma ideia bonita, mas uma ação concreta. Não existe misericórdia sem concretização”.

Recordando o hino da caridade escrito por São Paulo à comunidade de Corinto, o Papa indicou que “este ensinamento deve ser para nós uma certeza inabalável; o amor de Deus nunca diminuirá nas nossas vidas e na história do mundo”.

“É um amor que permanece para sempre jovem, ativo, dinâmico capaz de atrair para si de modo incomparável. É um amor fiel que não trai, apesar das nossas contradições”.

O Santo Padre destacou que “mais nos deixamos envolver por este amor, mais a nossa vida se regenera. Deveríamos verdadeiramente dizer com toda a nossa força: sou amado, por isso existo”.

“O amor de que o Apóstolo fala não é algo abstrato e vago; pelo contrário, é um amor que se vê, se toca e se experimenta em primeira pessoa”, disse.

“A maior e mais expressiva forma desse amor é Jesus”, indicou e disse que “desde o Calvário, onde o sofrimento do Filho de Deus atinge o seu ponto mais elevado, brota a fonte do amor que apaga todo o pecado e que recria tudo numa vida nova”.

O Papa sublinhou que “a verdade da misericórdia se confirma nos nossos gestos de cada dia, que tornam visível a ação de Deus no meio de nós”.

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Dirigindo-se aos trabalhadores e voluntários reunidos na Praça de São Pedro, Francisco assinalou que são “justamente vós uma das realidades mais preciosas da Igreja que, muitas vezes no silêncio e escondidos, dais forma e visibilidade à misericórdia”.

“Exprimis o desejo - entre os mais belos no coração do homem: fazer com que a pessoa que sofre se sinta amada”, disse.

“Em diferentes condições de carência e nas necessidades de tantas pessoas, a vossa presença é a mão de Cristo estendida que alcança a todos”.

Em seguida, o Santo Padre indicou então que “a credibilidade da passa de forma convincente através do vosso serviço com as crianças abandonadas, os doentes, os pobres sem comida e trabalho, os idosos, os sem-abrigo, os prisioneiros, refugiados e migrantes, as pessoas afetadas por desastres naturais”.

“Onde quer que exista um pedido de ajuda, ali chega o vosso testemunho ativo e desinteressado”, assinalou.

O Papa destacou ainda que no dia 4 de setembro “teremos a alegria de ver Madre Teresa proclamada santa”.

“Este testemunho da misericórdia dos nossos tempos se une à fileira inumerável de homens e mulheres que tornaram visíveis com a sua santidade o amor de Cristo. Imitemos nós também o seu exemplo, e peçamos para ser humildes instrumentos nas mãos de Deus para aliviar o sofrimento do mundo e dar a alegria e a esperança da ressurreição”.

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