Milhares de pessoas participaram na manhã desta segunda-feira, 05, da Missa de ação de graças pela canonização da Madre Teresa de Calcutá, no mesmo dia que é celebrada a sua Festa, no qual completa 19 anos da sua morte.

A celebração foi presidida pelo Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, quem afirmou na homilia que a Santa nunca cedeu às modas nem se inclinou ante os poderosos e os ídolos do momento.

Madre Teresa “defendeu com coragem os não-nascidos, com essa franqueza de palavra e linearidade de ação que é o sinal mais luminoso da presença dos profetas e dos Santos, os quais não se ajoelhavam ante ninguém, exceto ante o Onipotente, são interiormente livres porque são fortes e não cedem às modas ou aos ídolos do momento, mas se refletem na consciência iluminada do sol do Evangelho”.

“Quantos motivos temos para estar profundamente agradecidos ao Senhor! ”, exclamou o cardeal. “Agradecemos-lhe pelo heroico testemunho de fé dos Santos através do qual Ele torna sempre fecunda a sua Igreja e nos dá, seus filhos, um sinal seguro de seu amor”.

A respeito da nova Santa afirmou: “com sua incessante oração, fonte de grandes óperas de misericórdia corporal e espiritual, foi um nítido espelho do amor de Deus e um admirável exemplo de serviço ao próximo, especialmente às pessoas mais pobres e abandonadas”.

Madre Teresa se definia um “lápis nas mãos do Senhor” e “abriu os olhos ao sofrimento, o abraçou com um olhar de compaixão, todo o seu ser foi interpelado e movido por este encontro que – em certo sentido – transpassou o seu coração, sobre o exemplo de Jesus, que se comoveu pelo sofrimento da criatura humana, incapaz de recuperar-se sozinha”.

O Cardeal se perguntou qual era o segredo da Santa e respondeu que “na verdade não é um segredo, porque acabamos de proclamar em voz alta no Evangelho: ‘Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”.

Por outro lado, destacou que a santa “foi um sinal de misericórdia muito luminoso”. “Ela sabia que uma das formas mais extremas de pobreza é sentir-se não amado, não desejado, desprezado”. “Um tipo de pobreza que também está presente nos países, nas famílias menos pobres, também nas pessoas pertencentes a categorias que dispõem de meios e possibilidades, mas que experimentam o vazio interior de haver perdido o significado e a direção da vida ou são violentamente atingidos pela desolação dos vínculos quebrados, da dificuldade da solidão, da sensação de haver sido esquecido por todos ou de não servir para ninguém”.

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Na homilia, o Secretário de Estado Vaticano também recordou que “identificou ainda os não-nascidos ou ameaçados em sua existência com os ‘mais pobres entre os pobres’”.

Em seguida, disse: “Em Madre Teresa descobrimos aquele feliz e inseparável binômio entre o exercício heróico da caridade e a clareza na proclamação da verdade”.

“Agora no Paraíso, com Maria, Mãe de Deus e todos os Santos, recebe o prêmio maior preparado para ela desde a fundação do mundo, o prêmio reservado aos justos, aos mansos, aos humildes de coração, àqueles que, acolhendo aos pobres, acolhem a Cristo”.

O Cardeal Pietro Parolin recordou ainda que foi no dia 5 de setembro de 1997 que Madre Teresa faleceu. “No dia da sua morte, o céu quis comunicar que uma nova luz se acendia sobre os homens”. “Agora, depois do reconhecimento ‘oficial’ da sua santidade, brilha ainda mais viva”.

“Que esta luz, que é a luz eterna do Evangelho, continue a iluminar a nossa peregrinação terrena e os caminhos difíceis deste mundo!".

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