Ao comemorar a Semana da Pátria, em razão da Independência do Brasil celebrada neste dia 7 de setembro, o Arcebispo de Passo Fundo, Dom Rodolfo Luís Weber, recordou que o país vive um momento de crise. Mas, assinalou que tal situação deve ser vista como oportunidade e que é preciso ter esperança, como diz o Hino Nacional.

“A nação brasileira é marcada por frequentes crises – sejam de ordem econômica, social, política, estrutural. Desde a Proclamação da Independência elas se manifestam gerando instabilidade e insegurança. Agora, vive-se mais uma”, assinalou o Prelado em artigo intitulado ‘Pátria amada, Brasil!’.

Entretanto, Dom Weber indicou que “as crises oferecem-se como uma oportunidade de fazer os ajustes e rever as estruturas existentes promovendo as devidas reformas”.

No texto, o Arcebispo considerou que a Semana da Pátria é “uma oportunidade para colocar em pauta a nação brasileira” e afirma que “recordar a história da nação sempre se faz necessário”.

“Conhecer melhor o passado mais distante até os acontecimentos mais recentes ajuda a situar o tempo presente”, declarou, ao lembrar que o Brasil “acolheu e acolhe imigrantes em busca de melhores condições de vida”, os quais “encontram seu espaço aqui como nova Pátria”.

Segundo ele, do encontro dessas pessoas foi moldado o povo brasileiro. “Nos registros da história, encontram-se poucas pessoas como construtoras do país”, observou, ressaltando, porém, que “não pode ser esquecida a multidão anônima que exerceu um papel fundamental para o desenvolvimento do Brasil, particularmente os indígenas, os escravos e trabalhadores de atividades menos valorizadas, seja pelo salário, pelo reconhecimento ou pelo seu espaço social”.

Neste contexto, o Prelado reforçou que “a nação é maior que o governo”. “A responsabilidade de cuidar da Pátria amada – acrescentou – não é exclusividade do governo, por mais necessário que seja”.

“Sem autoridades legitimamente constituídas a nação vira um caos e a realização do bem comum torna-se inviável. As estruturas governamentais são imprescindíveis, mas elas não podem e nem devem impedir iniciativas pessoais, de grupos, de associações da sociedade civil na construção da nação”, assegurou.

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Dom Weber citou que “na doutrina social da Igreja defendem-se princípios, como a subsidiariedade e a participação”. Nesse sentido, explicou que “o estado coloca-se em atitude de ajuda, de subsídio, de apoio, promoção e incremento em relação às iniciativas da sociedade civil e de pessoas” e “não pode impedir as iniciativas, tolher a liberdade e tirar a responsabilidade”.

Por fim, o Arcebispo fez referência ao Hino Nacional, que diz em um de seus versos: “Brasil, um sonho intenso, um raio vívido. De amor e de esperança à terra desce”. Ele, então, acrescentou que os sonhos para a “Pátria amada” são grandes.

“Sonha quem está vivo, quem não está conformado. Sonha o otimista que tem os pés no chão. Muitos sonhos ainda estão distantes de se concretizarem, mesmo parcialmente. E quando um sonho é realizado, logo se sonha com algo novo”, indicou.

Mas, ressaltou que “o mesmo hino que ensina a sonhar, também convida para a esperança”, e recordou que a esperança “é virtude teologal”.

“Sem a esperança o sonho se torna uma ilusão. Com a esperança o sonho de torna projeto, estímulo, incentivo, desafio. Os antepassados fizeram a sua parte com seus sonhos, agora é a hora de fazer a nossa parte”, concluiu.

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