A Paralimpíada Rio2016 mal começou e a atleta brasileira Fah Fonseca já tem um compromisso para quando encerrar sua participação nos jogos. Ela quer visitar o Santuário de Fátima, em Portugal, para agradecer à Virgem Maria.

Maria de Fátima Fonseca, de 28 anos, nasceu em Fortaleza (CE) e recebeu este nome em homenagem à Nossa Senhora de Fátima. Diagnosticada com mielomeningocele, má-formação congênita que afeta a espinha dorsal, chegou a usar botas ortopédicas na infância, mas ficou definitivamente sem o movimento das pernas na adolescência.

“Quando completei três dias de nascida, fiz uma cirurgia na coluna e ficaria em observação. Depois que passassem algumas horas, os médicos iam saber se eu teria que usar válvula ou não. Minha mãe, então, se entregou à Nossa Senhora de Fátima e disse que se não fosse preciso usar a válvula, eu ia me chamar Fátima”, contou a atleta em entrevista à TV Tribuna.

Aos 13 anos, Fah perdeu os movimentos da perna e começou a enfrentar um momento difícil em sua vida.

“Meu corpo foi se formando e, como minha deficiência vem da coluna, ela não aguentou por muito tempo. Foi logo quando eu estava entrando na adolescência. A minha adolescência foi a pior possível, porque eu parei de andar, só ia da casa para o colégio e do colégio para casa e não tinha nem cadeira de rodas”, recordou.

Para poder terminar os estudos, ela contou com a ajuda de um tio. “Meu tio me deixava na sala de aula de bicicleta e eu só saía quando ele ia me buscar, ou seja, não tinha intervalo”.

Maria de Fátima admitiu que sua adolescência “não foi tão produtiva”. “Tentei até me matar por conta disso”, revelou, para em seguida ressaltar: “Graças a Deus, consegui superar”.

Fah, então, começou a praticar basquete, mas, aos 18 anos conheceu o atletismo e passou a se dedicar a este esporte. Para se aprimorar, mudou-se para Santos (SP), onde conheceu o treinador Eduardo Leonel e os dois começaram a trabalhar juntos.

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“Foi um divisor de águas, porque, com ele, eu vim entender a importância do esporte na minha vida” considerou a atleta que, inicialmente corria dos 100 m aos 400 m e agora recebeu o treinador o incentivo para escolher a modalidade que ela quiser, até a maratona, a qual disputará na Paralimpíada no Rio de Janeiro

“Eu achei que tinha acabado para mim, que nunca mais poderia correr, sentir a mesma adrenalina que sinto toda vez que vou fazer algum tiro. Vejo que não, que realmente Deus está comigo e que eu posso ir além, só basta eu querer”, declarou.

Bicampeã da meia maratona do Rio de Janeiro, campeã da maratona de São Paulo, detentora de 21 quebras de recordes na carreira, Fah agora corre pela primeira vez em uma Paralimpíada. Mas, a atleta não disputará somente a maratona, ela também fará os 1.500m e os 5.000m.

“Nunca pensei que fosse correr a maratona na Paralimpíada, então, Deus me deu além do que eu estava pedindo”, expressou.

Com toda essa história de vida e tantas conquistas, o grande desejo de Maria de Fátima agora também é visitar o Santuário de Fátima. “Eu quero muito ir até lá para agradecer”, concluiu a atleta, concordando com o jornalista ao dizer “Fah está indo sempre junto com Maria”.

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