O atual ex-militante do Partido Democracia Cristã no Chile, Leopoldo Quezada, enviou sua carta de renúncia ao partido, depois que a presidente deste, Carolina Goic, votou a favor da ideia de legislar sobre o projeto de aborto na Comissão de Saúde da Câmara de Senadores, que também lidera.

Quezada dirige sua carta a Goic e assinala que “rezei para que você, representando o Partido, votasse com base nos valores cristãos do nosso Partido, votasse com base nos acordos do V congresso e rechaçasse a ideia de legislar sobre algo tão iníquo como um projeto de aborto, mas isto não aconteceu”.

“Pensei em São Tomás More, que preferiu ser fiel às suas convicções a seu rei, a quem respeitava, e a ‘real politik’; pensei nos mártires japoneses do século XVI, nos mártires sírios, líbios, assírios, que hoje preferem morrer a negar a sua fé”, insistiu.

Em seguida, Quezada afirmou: “não tenho opção, devo carregar minha cruz e afastar-me deste Partido. (...) Tenho a impressão de que não seremos muitos, mas ainda continuo acreditando em um projeto político social cristão e o impulsionarei com todas as minhas forças”.

Em declarações ao Grupo ACI, Leopoldo Quezada explicou: “Ingressei no partido porque me senti parte de um projeto que considerava a vida algo sagrado. Entretanto, infelizmente nos últimos tempos se perdeu o tema das convicções e particularmente a DC hoje em dia foi coordenada pela ideologia de gênero”.

“Você vê em muitas mulheres militantes como repetem conceitos que são próprios de um mundo não cristão e não entendem que a vida ontem, hoje e amanhã continuará sendo sagrada, particularmente a vida dos não nascidos, porque sua vulnerabilidade precisa de um cuidado maior”, afirmou Quezada.

Nesse sentido, insistiu: “Não posso seguir pertencendo a um partido que, embora em seus princípios continue declarando isto, mas em seu atuar mudou a sua ideologia. Hoje em dia, a Democracia Cristã chilena não é cristã”.

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“Assumiram um discurso com relação aos não nascidos que caracteriza um capitalista, mas de um capitalista que não entende que esse é um ser vivo e não uma propriedade da qual pode dispor”, disse ao Grupo ACI.

Entretanto, esclareceu: “Continuarei exercendo a minha vocação política e espero que muita gente reaja e, se for preciso constituir um novo movimento, devemos fazê-lo”.

“Muitas pessoas esperam que existam católicos comprometidos social e politicamente e que façam o que as pessoas esperam, que não se enriqueçam no serviço público, mas sim o entendam como uma missão de serviço”, concluiu Quezada.

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