A Hungria será o primeiro país que terá um novo departamento para ajudar os cristãos perseguidos no Oriente Médio e atender aos que sofrem algum tipo de discriminação na Europa.

Em declarações ao Grupo ACI, o Ministro húngaro de Recursos Humanos, Zoltan Balog, explicou que “atualmente o cristianismo se converteu na religião mais perseguida. Entre cinco pessoas assassinadas por motivos religiosos, quatro são cristãos”.

“Em 81 países do mundo os cristãos são perseguidos e 200 milhões de cristãos vivem em regiões onde são discriminados. Milhões de vidas de cristãos estão ameaçadas pelos seguidores de ideologias radicais”, indicou.

Em novembro de 2014, um relatório da fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) diagnosticou “preocupante” e que estão “piorando” cada vez mais as condições de liberdade religiosa no Reino Unido, Alemanha, França e Holanda. Um dos tipos de perseguição são as ameaças provenientes das feministas radicais e de ativistas LGBT, que buscam obrigar os cristãos a praticar abortos ou silenciá-los nos assuntos relacionados à moral sexual.

Algumas políticas também impediram que os cristãos eduquem os seus filhos na fé e ocorreram uma grande quantidade de ataques em locais cristãos de adoração em alguns países europeus.

Esta é a razão pela qual o governo da Hungria considera “muito importante” a criação de um departamento especializado na ajuda aos cristãos perseguidos, e fomentar uma consciência internacional sobre sua “insustentável situação” e organizar ações humanitárias.

O novo departamento tem um orçamento de três milhões de euros e será dirigido por Tamás Török, ex-embaixador da Hungria na Itália.

“Nosso interesse não está somente no Oriente Médio, mas também nas formas de discriminação e na perseguição dos cristãos no mundo inteiro. Por isso, esperam que vigiemos as formas de perseguição nas fronteiras europeias”, explicou Balog.

Em seguida, disse que o governo “fará tudo o que estiver ao seu alcance para melhorar a situação dos cristãos que vivem no Oriente Médio” e que ajudará a controlar o maior fluxo de imigração do Oriente Médio à Europa.

“Acreditamos que a melhoria da situação nos países em conflitos poderia tornar possível que as minorias perseguidas pudessem ficar em suas casas ou perto delas”, explicou.

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Balog indicou que a decisão de criar este departamento surgiu logo depois que o Primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, participou junto com ele no encontro anual de Católicos Legisladores em Frascati (Itália).

Balog é protestante e Orban é um pastor calvinista, ambos foram os únicos não-católicos que estiveram presentes no evento e foram recebidos pelo Papa Francisco em uma audiência privada.

Além disso, no final do mês de de agosto ambos se reuniram em Roma com líderes cristãos do Oriente Médio, como o Patriarca sírio (católico) da Antioquía, Ignatius Joseph III Younan; o Patriarca Maronita de Antioquía, Bechara Boutros Rai; o Arcebispo Católico Melquita de Aleppo, Jean- Clément Jeanbart; o Patriarca da Igreja Ortodoxa Síria, Ignacio Aphrem II Karim; e o bispo copto da Igreja Ortodoxa, Dom Anda Gabriel.

“A temática principal do encontro foi a perseguição dos cristãos, pois os que vivem no Oriente Médio são os mais vulneráveis no mundo. Viktor Orban declarou durante o evento que a Hungria tomaria algumas medidas contra a perseguição aos cristãos e que apoiará essas comunidades, cuja existência está ameaçada”, manifestou.

“Nesse então decidimos que seria necessária uma secretaria de estado para trabalhar de forma eficiente, com a autorização do governo, a fim de combater qualquer forma de perseguição aos cristãos”.

Balog indicou que o governo da Hungria gerou iniciativas a favor dos cristãos no Oriente Médio, como por exemplo o envio de um valor de 300 mil euros para apoiar os estudantes e construir escolas em Erbil (Iraque).

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