Na meditação que ofereceu hoje na Basílica Inferior de Assis (Itália), o Papa Francisco afirmou que “os cristãos são chamados a ser ‘árvores de vida’, que absorvem a poluição da indiferença e restituem ao mundo o oxigênio do amor”.

A meditação começou com uma leitura em inglês do capítulo 55 do livro de Isaías, no qual o profeta afirma “todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei; sim, vinde, comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite (...) Inclinai os vossos ouvidos, e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá; porque convosco farei uma aliança perpétua”.

 

A primeira intervenção foi do arcebispo anglicano de Canterbury, Justin Welby, quem refletiu sobre a “confiança em que a misericórdia de Cristo é suficiente, que quando escutamos somos nutridos”.

“Precisamos recordar a nossa pobreza e que temos sede da misericórdia do Senhor”, disse. “Quando recebemos a misericórdia e a paz nos convertemos em portadores de misericórdia e de paz, para levá-la através de Cristo a todos os homens”, adicionou.

 

Em seguida, o Patriarca (ortodoxo) ecumênico de Constantinopla, meditou na leitura do Apocalipse e afirmou que “a salvação não foi anunciada como um evento, mas como uma pessoa da qual é necessário ter a experiência e amar (…) o sol de justiça, Cristo nosso Deus”.

“Em Jesus foi cumprida toda a espera messiânica. Essa espera é o princípio que se cumpriu e que nos pede hoje para ser testemunhas privilegiadas (…) Hoje pedem aos cristãos um testemunho de comunhão: ‘se reconhecerão pela maneira como se amam’”.

A meditação do Papa

Depois da leitura do evangelho de São João, o qual relata como deram vinagre ao Senhor na cruz, o Pontífice ofereceu sua meditação e disse: ” À vista de Cristo crucificado, ‘poder e sabedoria de Deus’, nós, cristãos, somos chamados a contemplar o mistério do Amor não amado e a derramar misericórdia sobre o mundo”.

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“Na cruz, árvore de vida, o mal foi transformado em bem; também nós, discípulos do Crucificado, somos chamados a ser ‘árvores de vida’, que absorvem a poluição da indiferença e restituem ao mundo o oxigênio do amor”.

“À vista de Jesus crucificado, ressoam também para nós as suas palavras: ‘Tenho sede’”. “De que tem sede o Senhor? ”, questionou o Pontífice e respondeu: “Certamente de água, elemento essencial para a vida; mas sobretudo de amor, elemento não menos essencial para se viver. Tem sede de nos dar a água viva do seu amor, mas também de receber o nosso amor”.

Depois de recordar o exemplo da Madre Teresa e seu serviço aos mais pobres, o Papa disse que na frase “Tenho sede” do Senhor, “podemos ouvir a voz dos que sofrem, o grito escondido dos pequenos inocentes a quem é negada a luz deste mundo, a súplica instante dos pobres e dos mais necessitados de paz”.

“Imploram paz as vítimas das guerras que poluem os povos de ódio e a terra de armas; imploram paz os nossos irmãos e irmãs que vivem sob a ameaça dos bombardeamentos ou são forçados a deixar a casa e emigrar para o desconhecido, despojados de tudo”.

Todos eles, lamentou o Papa, “deparam-se muitas vezes com o silêncio ensurdecedor da indiferença, o egoísmo de quem se sente incomodado, a frieza de quem apaga o seu grito de ajuda com mesma facilidade com que muda de canal na televisão”.

Por isso, o Santo Padre exortou: “Como Maria ao pé da cruz, conceda-nos o Senhor estar unidos a Ele e próximos de quem sofre. Aproximando-nos de quantos vivem hoje como crucificados e tirando a força de amar do Crucificado Ressuscitado, crescerão ainda mais a harmonia e a comunhão entre nós”.

Mais em

Depois da meditação do Papa, fizeram um pedido pela paz e pelo fim da guerra em diversos países do mundo e acenderam uma vela por cada um dos lugares mencionados:

Birmânia, Burundi, pela paz na Colômbia, América Central, República Democrática do Congo, pela paz entre a Coréia do Sul e Coréia do Norte, pela reconciliação Etiópia e Eritreia, pela paz no Gabão, Iraque, Kashmir, Líbia, Mali, México ferido pelo narcotráfico, Mindanau (Filipinas), Moçambique, pelo fim das tensões na Armênia e pelos Assírios.

Também se pediu pelo fim do terrorismo na Nigéria, Paquistão, pela paz na Síria, Somália, Sudão do Sul, Ucrânia, pelo fim das tensões na Venezuela, pela paz no Iêmen, pela paz e o fim da violência na Terra Santa e “por todas as outras terras contaminadas pelo vírus do ódio e do conflito”.

Depois todos os líderes cristãos rezaram a oração Nosso Pai e trocaram a saudação da paz.

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