Às vésperas das eleições municipais do próximo domingo, 2 de outubro, o Bispo de Lorena (SP), Dom João Inácio Müller, alerta os eleitores a não votarem em candidatos que fazem apenas promessas, mas sim naqueles que atuam em favor da sociedade, principalmente dos mais carentes.

“A partir do Evangelho de Jesus – afirma o Prelado –, a Igreja convida os cristãos a votarem em candidatos que se proponham a governar pelos pobres, e, a partir destes, para todos”.

“Só merece nosso voto quem já fez e está fazendo o bem para a sua comunidade. Quem só promete não merece nosso voto”, sentencia.

Em artigo intitulado ‘Voto consciente’, Dom Müller distingue o bom e o mau político. Segundo ele, “o bom político sabe governar bem o município, e busca gerir os rumos de uma cidade da melhor forma possível”.

Por outro lado, “uma pessoa interesseira ou egoísta não saberá ser bom administrador do bem comum e da vida de todos”, assinala.

O Bispo observa que “hoje, temos muitos políticos maus porque sempre foram interesseiros e corruptos e, mesmo cientes disso, os elegemos, votamos mal”. Além disso, ressalta que “muitas pessoas boas acharam melhor não entrar na política”.

Entretanto, citando outros pronunciamentos da Igreja em relação a este tema, Dom Müller assinala que o cristão não deve se abdicar da participação na política. Pelo contrário, precisa “escolher e votar em candidatos honestos e competentes”. Já “o católico que recebeu o dom de Deus para governar e cuidar do bem público não pode se omitir”, indica.

Ele recorda que os bispos do Brasil “convocam os leigos e leigas para serem protagonistas antes, durante e depois do processo eleitoral, assumindo uma democracia atuante. A Igreja conclama que é preciso estar atento às fontes de arrecadação, bem como, à prestação de contas por parte dos candidatos”.

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O Prelado lembra ainda o ensinamento do Papa Francisco de que “a política é uma nobre forma de caridade” e cita as palavras do Pontífice, que disse: “Devemos envolver-nos na política, pois a política é uma das formas mais altas da caridade, porque busca o bem comum. Se a política se tornou uma coisa suja, isso se deve também ao fato de que os cristãos se envolveram na política sem espírito evangélico”.

Nesse sentido, Dom Müller vê as eleições municipais como “ocasião de fortalecimento da democracia, que deve ser cada vez mais participativa”, tendo como horizonte “sempre a construção do bem comum”.

Para tal, adverte que os eleitores devem conhecer os candidatos e suas propostas, bem como distinguir as funções. “Dos prefeitos – explica –, espera-se conduta ética nas ações públicas, nos contratos assinados, nas relações com os demais agentes políticos e poderes econômicos. Dos vereadores se requer ação correta de fiscalização e legislação, que não passe por uma simples presença na bancada de sustentação ou de oposição ao executivo”.

Por fim, orienta a levar em consideração no discernimento entre os candidatos “o compromisso com a vida, com a justiça, com a ética, com a transparência, com o fim da corrupção, além do testemunho na comunidade de fé, que não deveriam abandonar, nem antes e nem depois da Eleição”.

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