Em uma paróquia que durante décadas atendeu os refugiados, primeiramente do genocídio armênio e logo do comunismo, o Pe. David Bedrossian é treinador, tradutor, professor e sacerdote para os imigrantes sírios que chegam a Los Angeles (Estados Unidos).

Para a paróquia do Pe. Bedrossian, Nossa Senhora Reina dos Mártires Armênios, há uma necessidade especial e urgente: conseguir os recursos para acolher o próximo refugiado que precisar de ajuda.

O Pe. Bedrossian deixou a Síria há 17 anos. Desde então, seis familiares seus foram assassinados e sua paróquia foi saqueada pelo grupo terrorista Estado Islâmico (ISIS).

Em declarações à ‘Angelus News’, o sacerdote sírio assinalou: “lembro-me da nossa igreja. Eles destruíram tudo”.

Os extremistas muçulmanos “se desfizeram das cruzes, dos altares e os converteram em quartéis do ISIS com escritórios”.

Os refugiados sírios, que chegam aos Estados Unidos com pouco dinheiro e sem saber outro idioma além de árabe, chamam o sacerdote “abouna” (padre em árabe). “Não tenho ideia de como eles me encontram”, disse o Pe. Bedrossian sobre os refugiados.

“Eu não os encontro, as pessoas os enviam a mim. Eles aparecem aqui pedindo ajuda e eu os ajudo”, explica.

Nos últimos 10 anos, a percentagem de cristãos na Síria diminuiu de 10% a menos de 2%, devido à violência entre rebeldes e o governo e a perseguição do Estado Islâmico na região.

Milhares de cristãos foram assassinados e suas aldeias desapareceram. Centenas de igrejas foram destruídas nesta região.

O Pe. Bedrossian adverte que os cristãos “desapareceram do Oriente Médio”.

“Antes da guerra éramos mais de 1,3 milhões. Atualmente somos 200.000”.

“Acreditam que sobreviveremos neste local? Eu acredito que não”, assinala.

Para o sacerdote sírio, as pessoas que permanecem caladas no Ocidente ajudam o ISIS.

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“Todos aqueles que ficam calados estão matando os cristãos. Ninguém está levantando a voz”.

Os cinco principais obstáculos que os refugiados que chegam aos Estados Unidos enfrentam são o idioma, a documentação, o desemprego, a moradia e o transporte, explica o sacerdote.

“Como se supõe que conseguirão um trabalho? (Pois apenas falam árabe). Eles não têm documentos, não têm número de previdência social. Eles gastarão seus últimos centavos com um advogado para que os ajude com documentos que não entendem? ”, questiona.

“E sem assistência social e dinheiro para comprar alimentos, como comerão? As pessoas chegam aqui com dinheiro suficiente para sobreviver durante três meses. Depois disso serão ‘sem teto’. O que esperam que eles façam? ”, lamenta.

Nesse sentido, o Pe. Bedrossian assegura que “se ajudamos a estas pessoas, eles nunca deixarão nos pagar. Eles nossa darão tudo o que tiverem”.

“Devemos fazer tudo o que pudermos. As pequenas coisas ajudarão muito”, disse o sacerdote.

Junto aos fiéis da sua paróquia, o sacerdote sírio conseguiu dar assistência legal a muitos migrantes, enquanto outros adotaram” financeiramente algumas famílias ou lhes dão aulas de inglês.

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Também implementaram cestas, onde recebem doações para alimentar ou pagar a despesa dos imigrantes.

O Pe. Bedrossian expressou: “o que me levanta da cama a cada manhã é a minha fé em Deus. Esta me mantém vivo. E mesmo que eu deixe de acreditar n’Ele, Ele nunca deixará de acreditar em mim”.

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