PARIS, 3 de out de 2016 às 15:30
O Papa Francisco autorizou o início do processo de beatificação do sacerdote francês Pe. Jacques Hamel, assassinado enquanto celebrava Missa na sua igreja no dia 26 de julho, homicídio cometido por dois terroristas do Estado Islâmico.
Em um comunicado oficial publicado no domingo, 2 de outubro, pela Arquidiocese de Rouen, à qual o sacerdote pertencia, destacaram que o Arcebispo Dominique Lebrun “foi informado pela Congregação romana das Causas dos Santos que o Papa Francisco dispensou a espera de 5 anos exigidos habitualmente antes de iniciar a investigação oficial em vistas à beatificação”.
Normalmente, o tempo de espera para começar uma causa de beatificação são 5 anos depois da morte do servo de Deus. Os casos mais conhecidos desta dispensa nos últimos anos foram o da Madre Teresa de Calcutá e o de São João Paulo II.
“Em agradecimento ao Papa por este gesto excepcional, o Arcebispo de Rouen decide neste dia reabrir a igreja de Saint-Etienne-du-Rouvray”, onde o Pe. Hamel foi assassinado, pois o templo permanecia fechado desde o dia deste acontecimento lamentável.
O anúncio do Arcebispo foi realizado alguns dias depois da Missa celebrada pelo Santo Padre na capela da Casa Santa Marta, na qual o Prelado esteve acompanhado por um grupo de fiéis de Rouen para recordar o Pe. Hamel.
Nessa homilia, o Papa Francisco disse que o sacerdote falecido “é um mártir! E os mártires são beatos – devemos rezar para ele!”.
Do mesmo modo, o Pontífice ressaltou durante a celebração: “Que esse exemplo de coragem, mas também de martírio da própria vida, de esvaziar a si mesmo para ajudar os outros, de fazer fraternidade entre os homens, ajude todos nós a ir avante sem medo”.
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Durante a coletiva de imprensa no voo papal do último domingo ao retornar do Azerbaijão para Roma, o Santo Padre foi perguntado por um jornalista francês sobre o anúncio feito pela Arquidiocese de Rouen, se realmente já foi aberta a causa de beatificação do Pe. Hamel.
O Pontífice respondeu: “Não. É necessário procurar testemunhos para abrir o processo, é muito importante não perder os testemunhos, pois os testemunhos frescos são aqueles que as pessoas viram, e com o passar do tempo, alguns podem morrer, outros se esquecem disso, é por isso. Em latim se diz ‘Ne pereant probationes’...”.
Além disso, o Papa Francisco disse que falou com o Cardeal Angelo Amato, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos e afirmou: “Realizaremos o estudo e ele dará a última notícia, mas a intenção é andar nesta linha, realizar a investigação necessária e analisar se existem razões para abrir” o processo.
Confira também:
Papa Francisco assegura que o Pe. Jacques Hamel era um “santo sacerdote” https://t.co/yWxXCIZ371
— ACI Digital (@acidigital) July 28, 2016