Eleitores de 57 cidades do Brasil voltarão às urnas no próximo dia 30 de outubro para o segundo turno das eleições municipais. Para o responsável nacional do Movimento Comunhão e Libertação, Marco Montrasi, neste momento cada um deve se questionar sobre sua responsabilidade e, a primeira delas é a educação.

Em seu artigo intitulado ‘Entregar o melhor de nós mesmos’, Montrasi lembrou que “cada circunstância, cada acontecimento é sempre um novo desafio se estamos minimamente abertos e disponíveis a nos deixar provocar sem medo pela realidade”. Por isso, considera que “também essas eleições podem ser uma grande ocasião”.

Trata-se de uma boa ocasião, segundo ele, “porque nascem inevitavelmente perguntas que nos recolocam em movimento: qual é a minha contribuição neste momento de tão grande confusão? É possível recomeçar? Em que deposito a minha esperança? Tenho ainda esperança ou o meu alívio é um simples ‘amanhã vai melhorar’? Qual é a minha responsabilidade?”.

“A primeira responsabilidade que temos é a de uma educação: educar a descobrir o que é o nosso ‘eu’”, explicou.

De acordo com Montrasi, “a origem dos valores (do bem, do bem comum, da vida, da pessoa, ...) está na descoberta daquilo que eu sou, dos desejos de infinito que constituem o meu coração” e, com isso, o homem “começa a dar valor às coisas”.

“Dar sempre início a esse processo, que não é óbvio, é como juntar os cacos de um homem despedaçado que assim pode começar a dar valor às coisas: a uma garrafa, a um livro, até chegar à forma de tratar o dinheiro e a coisa pública”, assinalou, ao constatar que “esta é a crise profunda da qual estamos vendo as consequências: perdemos o valor das coisas porque perdemos a consciência do nosso ‘eu’”.

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O responsável do Comunhão e Libertação citou o Papa Francisco como um bom exemplo, pois “vê-se a sua esperança e se vê como esta gera uma presença que não deixa ninguém indiferente”. “Um ‘eu’ vivo que não se lamenta diante das dificuldades do mundo mas se move servindo o homem”, acrescentou.

Marco Montrasi reconheceu que “estamos num momento crucial em que cada um de nós pode deixar-se levar pelo pessimismo e pela acusação a um mundo corrupto e sem esperança”. Por outro lado, admitiu que cada um também pode “começar a desejar aprender esse processo de construção lenta e árdua mas real, possível, desenvolvendo uma cultura nova”.

Por fim, recordou as palavras do Papa Francisco, dirigidas ao povo argentino em setembro deste ano, quando o Pontífice pediu-lhes que “coloquem a Pátria nos ombros, essa Pátria que necessita que cada um de nós entregue a ela o melhor de nós mesmos, para melhorar, crescer, amadurecer. E isto nos fará alcançar aquela cultura do encontro que supera todas as culturas do descarte que hoje no mundo estão presentes em toda a parte”.

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