MADRI, 23 de jun de 2004 às 17:42
O presidente da Comissão de Patrimônio da Arquidiocese, Jaime Sancho, confirmou o achado de afrescos renacentistas –pintados pelos italianos Lorenzo Pagano e Paolo de San Leocadio entre 1472 e 1481– na cúpula do altar maior da Catedral de Valência, em “perfeito estado de conservação”.
As obras estuveram ocultas desde que em 1674 houve a reforma barroca do presbitério da Catedral, quando a cúpula original foi coberta por outra de estuque, situada a 80 centímetros de distância “com a evidente intenção de proteger as pinturas”. A câmara de ar que ficou entre ambas manteve os afrescos intactos.
Ao realizar algumas provas durante a restauração do altar maior, dirigidas pelos professores Carmen Pérez e Javier Catalá, apareceram os frescos “em que dá para apreciar muito claramente quatro anjos com instrumentos originais sobre um fundo celeste, formando parte de uma cena de glorificação em que a figura central ainda não pode ser vista”.
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As pinturas foram realizadas entre 1472 e 1481 pelos artistas Lorenzo Pagano e Paolo de San Leocadio por encargo do cabildo da Catedral, seguindo a recomendação do então Bispo de Valência, Dom Rodrigo de Borja, futuro Alexandre VI, durante uma visita que fez a Espanha.
“Trata-se de uma das melhores pinturas a fresco do renascimento encontradas na Espanha até o momento”, afirmou Sancho à agência AVAN e explicou que “no arcquivo da Catedral de Valência há documentação sobre essas pinturas e os contratos com os artistas, devido a que a surpresa foi tanto pelo seu achado como por seu magnífico estado de conservação”.
“Na realidade os afrescos encontrados foram os terceiros pintados sobre a abóboda, já que anteriormente houve outras representações artísticas, que se perderam. A última delas em 1469 no incêndio do retábulo gótico da Catedral”, acrescentou.