O Arcebispo Primaz do México, Cardeal Norberto Rivera Carrera, pediu perdão às pessoas homossexuais “se tiver usado palavras que não foram adequadas, mas saibam que de maneira alguma a minha intenção foi ofendê-los”.

Assim indicou o Purpurado na sede da Conferência do Episcopado Mexicano, Casa Lago, no sábado, 29 de outubro, durante a segunda jornada do 12° encontro de Courage Latino, um apostolado da Igreja que serve a homens e mulheres com atração pelo mesmo sexo (AMS) e que desejam viver castamente de acordo com os ensinamentos católicos.

Segundo informações do Sistema Informativo da Arquidiocese do México (SIAME), o Cardeal Rivera disse: “Eu, por exemplo, quando cheguei aos 60 anos, não gostei quando me chamaram de jovem; quando me entregaram o cartão da terceira idade, não gostei quando se referiram a mim como uma pessoa da terceira idade. Para mim, o correto seria que me chamassem de velho; mas outras pessoas ficam zangadas quando se referem a eles assim”.

“Há pessoas que se ofendem quando se referem a elas como deficientes, enquanto outras se sentem mal quando dizem que elas têm capacidades diferentes. Por isso, eu novamente peço perdão se tiver usado palavras que não foram adequadas, mas saibam que de maneira alguma a minha intenção foi ofendê-los”, sublinhou.

Antes do Cardeal Rivera, um membro do Courage de Guadalajara recordou que quando tinha 23 anos visitou a Basílica de Guadalupe para se confessar e o sacerdote lhe perguntou se não tinha vergonha de sentir isso, o qual o deixou profundamente abatido e, posteriormente, tomou a decisão de se inserir no “mundo homossexual”, onde foi contagiado pelo vírus da AIDS.

“Nem na minha família nem em lugar algum eu jamais encontrei o apoio que eu esperava; não permitam que sintamos que sequer pertencemos à Igreja”, disse.

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“Desejaria muito que os ministros da Igreja se inteirassem sobre deste tema, que estivessem informados a fim de que não repreendessem as pessoas com AMS, perguntando se eles não têm vergonha de sentir isso”, afirmou.

O Cardeal Rivera se referiu à possibilidade de que pessoas com AMS falem publicamente a respeito do tema e sublinhou que “não só vejo isto de forma conveniente, mas também necessária, pois não devem pensar que os sacerdotes devem saber tudo apenas pelo fato de serem sacerdotes; muitas vezes não somente não os ensinaram acerca do tema, como também os extraviaram”.

O movimento Courage foi fundado em 1980 pelo Servo de Deus Cardeal Terence Cooke, então Arcebispo de Nova Iorque, a fim de ajudar os católicos com AMS a viver uma vida casta de acordo com os ensinamentos da Igreja.

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