WASHINGTON DC, 5 de nov de 2016 às 08:00
As vozes contra a lei que promove no Colorado (Estados Unidos) o suicídio assistido por médicos seguem aumentando conforme chega o dia 8 de novembro, dia em que será votada a “Proposta 106”.
Ao Arcebispo de Los Angeles, Dom José Gómez, e o ator Eduardo Verástegui, se uniram à cientista Grazie Pozo, a qual chama os latinos a não apoiar esta medida que, além de ir contra a vida, afetará especialmente este setor da população.
Na terça-feira, 8 de novembro, além de decidir entre Hillary Clinton e Donald Trump para a Presidência dos Estados Unidos, os cidadãos do estado do Colorado deverão aprovar ou rechaçar a “Proposta 106”, que é conhecida como “Lei de opções para acabar com a vida no Colorado”, e cujos promotores – denunciou Pozo – a venderam “sob a máscara da compaixão”.
Em um artigo publicado no ‘U.S. News’, a especialista em radiologia na área de Miami e assessora política para a Associação Católica, advertiu que frequentemente nestes dias “venderam aos votantes ideias realmente más sob a máscara da compaixão. Este é certamente o caso de medidas como as que estão nas Normas do Colorado para (o voto sobre) o suicídio assistido” em 8 de novembro.
Nesse dia, assinalou, os votantes serão confrontados por este “tema candente” e cujos pontos os latinos precisam abordar “com grande cuidado, pois os aspectos negativos destas leis têm mais probabilidades de impactar os pobres e marginalizados do que os setores ricos; e o Colorado tem uma grande população latina com uma taxa de pobreza que corresponde ao dobro da dos brancos não hispânicos”.
Em seu artigo intitulado ‘O que os latinos deveriam saber sobre o suicídio assistido?’, Pozo Christie indicou que o melhor exemplo para ilustrar o tema do suicídio assistido é um caso ocorrido recentemente na Califórnia, estado que legalizou a prática no último mês de junho.
“Para Stephanie, uma jovem esposa e mãe de quatro filhos com uma doença terminal, de repente seu plano de saúde negou uma nova seção de quimioterapia para prolongar a sua vida, logo depois que a lei foi aprovada. Eles pagariam pelos medicamentos suicidas, aproximadamente $ 1,20. O curto documentário que ela fez sobre a sua experiência vale a pena ser assistido”, assinalou.
Pozo advertiu que “este é um grande exemplo de como uma lei vendida aos cidadãos como uma medida compassiva se torna um incentivo para a cobiça e a insensibilidade. A nível nacional, a oposição à legalização do suicídio foi dirigida por defensores dos pobres, doentes mentais e deficientes, porque entendem que a compaixão verdadeira é muito mais exigente do que o suicídio, e mais cara. Esta pede à sociedade que tenha paciência e carinho e não aceita uma saída rapidamente forçada como uma solução ao sofrimento”.
“É claro que, além dos pobres, os marginalmente assegurados e os não assegurados correm maior risco de serem iludidos com um punhado de pílulas, e os latinos estão desproporcionalmente dentro destes grupos”, acrescentou.
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Além disso, advertiu que “nos estados que já colocaram o suicídio assistido dentro da lei, incluindo Oregon, Washington e Vermont, aprendemos outro efeito secundário desastroso”.
“Um novo estudo que analisa as taxas de suicídio nesses estados, realizado pelo ‘Southern Medical Journal’, concluiu que ‘legalizar o PAS (suicídio assistido por médicos) estava associado a um aumento de 6,3% no total de suicídios (incluídos os suicídios assistidos)’”.
Nesse sentido, advertiu que “se o suicídio é declarado uma opção honrável e positiva” para quem sofre de doenças físicas, irá se tornar “mais aceitável para aqueles que lutam contra a depressão ou contra algum tipo de dor”.
“Isto atingirá especialmente os hispânicos, especialmente os adolescentes. Segundo o CDC, em 2015. 15,1% dos adolescentes latinos nos Estados Unidos tentaram se suicidar uma ou mais vezes (frente 9,8% das meninas brancas não hispânicas). Esta alta taxa de tentativas de suicídio é um fenômeno preocupante. Os hispânicos precisam pensar duas vezes antes de votar em uma medida que pode aumentar esse número que já é trágico”, exortou.
Por isso, concluiu a cientista Grazie Pozo, “todos os norte-americanos devem estar vigilantes e ter um período de tempo necessário para investigar o resultado nos estados que tentaram este caminho”.
“Mas os latinos, que são mais propensos a ser pobres e vulneráveis, precisam ser ainda mais cuidadosos. Há muitas coisas em jogo para reconhecer o lobby suicida em seu valor nominal”, expressou.
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— ACI Digital (@acidigital) 17 de novembro de 2014