MADRI, 15 de nov de 2016 às 09:00
Mons. Dario Edoardo Viganò, Prefeito da Secretaria de Comunicação do Vaticano, fez uma reflexão sobre o processo de reforma da Cúria empreendido pelo Papa Francisco, que tem como um dos seus frutos a unificação de todos os meios que servem à comunicação da Santa Sé.
O Prefeito explicou em um recente café da manhã com a imprensa que o site www.vatican.va aglutinará todas as informações sobre a Santa Sé e estará pronto antes da Semana Santa de 2017, por isso suprimirão as demais páginas informativas da Santa Sé, como Rádio Vaticano e nwes.va.
Em entrevista concedida ao Grupo ACI na Espanha, onde apresentou seu livro “Fidelidad es cambio. La comunicación de Francisco contada desde cerca”, editado em espanhol pela Romana Editorial, o Prefeito assinalou que “o processo de mudança e reforma que o Papa Francisco começou nos leva a não ter medo de perder algo, como posições de privilégio, de poder, porque não temos nada próprio que defender”.
Por isso, ressalta que, embora nos meios de comunicação se fale de uma “resistência da Cúria à reforma”, na realidade “não é assim, mas sim que há dificuldades que qualquer mudança leva consigo”.
Mons. Viganò também sublinhou que “quando se vive com a confiança na Palavra de Deus, imerso nos Sacramentos e sabendo que o que salva não são os próprios projetos, mas o que o Espírito Santo nos pede, cada um no seu trabalho, sabe-se que está colaborando com o Papa Francisco para ser fiel e, por isso, para mudar”.
O Prefeito, designado pelo Papa Francisco para levar adiante a reforma das comunicações no Vaticano, disse também ao Grupo ACI que, “quando se é fiel ao Evangelho e à Tradição da Igreja, necessariamente é preciso mudar porque os tempos mudam, o que não quer dizer mudar a doutrina, mas sim responder à pergunta ‘como posso responder hoje à experiência do discipulado, fiel ao Evangelho e ao Magistério neste contexto?’”, apontou.
Nesse sentido, o Prefeito da Secretaria de Comunicação destacou que a Igreja nasceu precisamente quando os apóstolos saíram do Cenáculo para anunciar a Ressurreição de Jesus Cristo.
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“Se são construídos recintos para nossa própria comodidade, o Papa diz ‘não, a Igreja é a que sai ao encontro’ e, por isso, assegura que prefere uma Igreja acidentada a uma Igreja museu”, assinala.
Em seguida, o Prefeito elogiou as capacidades de comunicação do Papa que costuma gerar surpresa “nas estruturas dos meios de comunicação, na agenda da mídia e na estrutura narrativa. Faz com muita naturalidade, porque é totalmente livre da lógica dos meios de comunicação”.
“Fala com grande precisão e com palavras que têm a verdade e a força da sua história, como dizia Paulo VI: ‘Fazem falta testemunhos e não mestres’. Utiliza muito os gestos que dizem mais e reforçam o que foi dito com palavras”, explicou.
O Santo Padre, disse Mons. Viganò ao Grupo ACI, “abandonou a linguagem abstrata e conceitual para se converter em um grande contador de histórias, é uma ‘storyteller’. Narra histórias, exemplos da vida e, assim, é mais simples e compreender, porque nas histórias cada um encontra seu próprio espaço”.
Confira também:
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— ACI Digital (@acidigital) 23 de setembro de 2016