Cidade do México, 24 de nov de 2016 às 15:00
O Arcebispo de Boston (Estados Unidos) e Presidente da Pontifícia Comissão para a Proteção de Menores, Cardeal Sean O’Malley, afirmou durante um recente congresso na Universidade Pontifícia do México que “o abuso sexual contra menores por parte de pessoas do clero diminuiu e pode ser erradicado com políticas de tolerância zero, adequados programas preventivos, de educação e de transparência”.
Segundo o SIAME (Serviço Informativo da Arquidiocese do México), o Cardeal O’Malley citou como exemplo a sua Arquidiocese, onde não se voltou a apresentar nem um só caso de abuso sexual por parte do clero, depois do escândalo registrado há 14 anos, que fez com que a diocese adotasse medidas de tolerância zero.
Nos Estados Unidos, entre 1950 e 2012, 70% destes delitos aconteceu antes de 1970.
O Purpurado explicou que 95% dos abusos sexuais contra menores ocorrem na própria família e em outros ambientes alheios à Igreja, mas assegurou que o delito é muito mais grave quando é cometido por algum sacerdote ou religioso, “porque trai a confiança da sua vítima, trai a sua vocação, comete um pecado e causa um grande dano à Igreja em sua credibilidade e confiança”.
“Esta foi a causa pela qual muitas pessoas se afastaram da Igreja no mundo inteiro”, lamentou.
O Arcebispo de Boston também disse que os bispos e superiores gerais das ordens e congregações religiosas têm a obrigação de denunciar às autoridades civis, colaborar com elas e não criar obstáculos à ação da justiça, de modo que devem antepor os direitos das vítimas e da segurança da própria comunidade.
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“A Igreja deve reconhecer com honestidade os delitos cometidos por alguns clérigos, mas também devem reconhecer os esforços que realiza para combater este mal”, enfatizou o Cardeal O’Malley.
Outros especialistas também falaram no congresso a respeito dos casos nos quais diversos sacerdotes foram acusados falsamente e lamentaram que estas pessoas fiquem “marcadas” injustamente.
Estiveram presentes neste evento 400 pessoas provenientes de 16 arquidioceses e 43 dioceses, mexicanas e estrangeiras, além de 48 representantes de sociedades de vida consagrada e 8 institutos.
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— ACI Digital (@acidigital) 18 de fevereiro de 2016