VATICANO, 25 de nov de 2016 às 18:00
Em uma nova videomensagem, enviada desta vez aos participantes no VI Festival da Doutrina Social da Igreja, o Papa Francisco advertiu sobre dano que o isolamento pode causar às pessoas e sobre a necessidade urgente de se encontrar com os outros.
Em suas palavras aos participantes do evento, que este ano é realizado na cidade italiana de Verona e tem como tema “Em meio ao povo”, o Santo Padre recordou que “somos feitos para estar uns com os outros”, pois “o isolamento é terreno fértil para o medo e a desconfiança e impede de desfrutar a fraternidade”.
“Corremos mais riscos quando nos isolamos do que quando nos abrimos aos outros: a capacidade de fazer dano não é própria do encontro, mas do fechamento e do rechaço”, ressaltou o Pontífice.
O mesmo pode se aplicar à ajuda ao próximo: “Penso em uma pessoa doente, uma idosa, um imigrante, um pobre, um desempregado. Quando nos preocupamos com os outros, complicamos menos a nossa vida do que quando estamos centrados somente em nós mesmos”, indicou o Santo Padre.
Neste sentido, o Papa destacou que “há uma verdadeira riqueza humana no nosso povo. São inumeráveis as histórias de solidariedade, de ajuda, de apoio, vividas em nossas famílias e em nossas comunidades. É impressionante como algumas pessoas vivem com dignidade as dificuldades econômicas, a dor, o trabalho duro, as provações”.
Por tudo isso, é importante estar em meio ao povo, o que “não significa somente estar aberto e encontrar os outros, mas também deixar-se encontrar”.
“Estando em meio ao povo, temos acesso ao ensinamento dos acontecimentos”.
O Papa citou um exemplo disto: “Disseram-me que morreu recentemente uma jovem de 19 anos. A dor foi imensa, muitíssimos presentes durante o funeral. O que surpreendeu a todos não foi apenas a ausência da desesperança, mas a percepção de uma certa serenidade. As pessoas, depois do funeral, diziam umas às outras com espanto que tinham saído da celebração como se estivessem sido livradas de um peso. A mãe da jovem disse: ‘recebi a graça da serenidade’”.
“A vida cotidiana está cheia destes acontecimentos que marcam a nossa existência: Nunca perdem a eficácia, embora não passem a ser manchetes dos jornais. Isto acontece sem discursos nem explicações, entende-se o que na vida vale ou não a pena”.
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Por outro lado, o Bispo de Roma destacou que “estar em meio ao povo também significa compreender que cada um de nós faz parte de um povo”. “Estar juntos nos ajuda a ver o conjunto”, ressaltou.
O Pontífice recordou que os governantes não podem reger de costas para o povo, pois “quando separa o povo dos que mandam, quando tomam decisões baseadas no poder e não no povo, quando o que manda é mais importante que o povo e as decisões são tomadas por poucos, ou são anônimas, ou estão sempre decretadas por emergências verdadeiras ou supostas, a harmonia social é ameaçada e as consequências para as pessoas são graves: aumenta a pobreza, a falta de paz, o dinheiro manda e a povo está mal”.
“Estar em meio ao povo significa, portanto, fazer bem não somente à vida de indivíduos, mas é um bem para todos”, sublinhou.
“Para resolver os problemas do povo é preciso partir de baixo, sujar as mãos, ter coragem, escutar os últimos”, concluiu.
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— ACI Digital (@acidigital) 13 de setembro de 2016