A Comissão Episcopal de Família e Infância da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) publicou um comunicado esclarecendo “algumas tergiversações” publicadas pela imprensa sobre a absolvição do pecado do aborto, depois da publicação da carta apostólica ‘Misericordia et Misera’ do Papa Francisco.

O Santo Padre publicou em 21 de novembro, um dia depois de encerrado o Ano da Misericórdia, sua carta apostólica ‘Misericordia et Misera’, em que, entre outras disposições, assinalou que “concedo a partir de agora a todos os sacerdotes, em virtude do seu ministério, a faculdade de absolver a todas as pessoas que incorreram no pecado do aborto”.

Alguns meios da imprensa interpretaram a disposição do Papa Francisco como uma redução da gravidade do pecado do aborto e inclusive como se esta prática já não fosse considerada um pecado.

Em seu documento publicado no dia 28 de novembro, os bispos venezuelanos recordaram que, “assim como a Igreja, todas as pessoas com sentido comum e a própria ciência corroboram a presença de todo o potencial humano no ser engendrado, na sua própria concepção”.

Precisamente por isso, “o aborto é uma ação direta contra um ser humano no ventre materno. É arrancar a vida de um ser inocente, indefeso e frágil. É considerar o feto como ‘material de descarte’”.

“Devido à gravidade desta ação em si mesmo, porque é um atentado muito grave contra a vida humana, a Igreja reservou o perdão deste pecado aos bispos”, assinalaram.

Os bispos venezuelanos destacaram que a decisão do Papa Francisco, de permitir que todos os sacerdotes do mundo absolvam o pecado do aborto, “é um gesto de misericórdia para com aqueles que sofrem por ter cometido esta falta grave”.

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Além disso, recordaram que o Papa Francisco, em sua carta apostólica, disse: “Quero reiterar com todas as minhas forças que o aborto é um grave pecado, porque põe fim a uma vida inocente”.

Ao mesmo tempo, o Papa destacou que “não existe algum pecado que a misericórdia de Deus não possa alcançar e destruir, quando encontra um coração arrependido que pede para se reconciliar com o Pai”.

Os bispos venezuelanos concluíram a sua mensagem recordando que a defesa da Igreja Católica “pelo direito humano primário da vida desde a sua concepção até a morte natural faz parte do Evangelho de Jesus Cristo que dignifica todos os seres humanos e é uma fonte de harmonia, de paz e desenvolvimento”.

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