BARCELONA, 31 de mai de 2005 às 12:12
O Bispo da Terrassa (Barcelona), Dom. Josep Ángel Saiz Meneses, expressou sua confiança em que a chegada de imigrantes “renovará e enriquecerá muito as comunidades paroquiais católicas” catalãs, pelo grande número de filhos das famílias deste coletivo e sua “religião mais arraigada”.
Em declarações a Europa Press, Dom Saiz Meneses, expressou sua confiança em que este enriquecimento suprirá também a falta de vocações nos seminários.
“A Igreja tem que ser muito acolhedora e integradora” com os imigrantes, pois “tem uma rede imponente que pode ajudar à integração social”, disse o Bispo.
O Prelado, que visitou os imigrantes em greve de fome encerrados na Universidade Politécnica da Cataluña (UPC) de Terrassa faz umas semanas, ressaltou o trabalho de Caritas que ajudou a “regularizar a situação” dos indocumentados e ofereceu cursos de alfabetização, cozinha e idiomas.
Ao cumprir o primeiro ano de sua diocese, depois da divisão da arquidiocese de Barcelona em três em 15 de junho de 2004, o Bispo de Terrassa destacou que a tarefa social da Igreja, neste caso realizada através de Caritas, “deve ser um testemunho do rosto maternal da Igreja, o elemento de acolhida de toda necessidade humana” para “atendermos a todos os imigrantes que vêm”.
“Por isso digo aos políticos que não considerem à Igreja nem rival, nem adversária, mas sim uma instituição que colabora com a administração de uma forma muito importante na integração e na ajuda econômica e material, no que pode”, aseguró. Ao avaliar “muito positivamente, apesar de algumas sombras” os primeiros passos da diocese, Dom Saiz Meneses destacou que a principal vantagem que comportava a divisão da arquidiocese em três dioceses menores, “era a de fazer mais próxima a figura do bispo”, a pôde constatar nas numerosas visitas realizadas durante esse ano a diversas populações, paróquias, organismos e movimentos.
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O Bispo reconheceu que um desafio importante é a falta de infra-estruturas. “Não temos cúria, estamos instalados nesta sede provisoriamente, estamos pendentes de fazer cinco paróquias novas, vamos muito apertados em recursos humanos e sobre tudo temos falta de recursos materiais”, indicou e declarou que “tentamos fugir de lamentações, olhar para o futuro e trabalhar com o que temos”.
Nova Evangelização e jovens
De cara ao futuro, Dom Saiz Meneses destacou como prioridade e “eixo vertebrador” de sua pastoral é a nova evangelização, já que “há muitas pessoas afastadas e praticantes ocasionais” que se pretendem recuperar e marcou como ponto importante ”cuidar muito aos sacerdotes e acompanhá-los e ajudá-los no que for possível”.
Ao referir-se aos jovens e à necessidade de que descubram sua vocação, o Bispo assinalou que “temos que trabalhar na promoção vocacional, nem tanto em conseguir que muita gente entre no seminário, mas sim ajudar aos meninos e aos jovens a que vivam sua fé com profundidade e a que descubram o caminho pelo qual Deus quer que façam sua vida”. 'Terá que ajudar aos jovens para que vivam sua fé e descubram sua vocação, seja a que for', apontou.
“Não temos que nos queixar deles, mas sim olhá-los com simpatia, querê-los e ajuda-los a crescer e amadurecer como pessoas e como cristãos”, adicionou.
“É um mito que a Igreja tem dificuldade para conectar com os jovens, já que hoje em dia os adultos e as instituições de todo tipo têm dificuldade para conectar com os jovens”, afirmou e aproveitou para recordar que o Papa João Paulo II conseguiu reunir mais de um milhão de jovens na visita que realizou a Espanha em 2003.