Roma, 2 de dez de 2016 às 16:00
A Corte militar antiterrorismo de Islamabad (Paquistão) emitiu um mandato de comparecimento obrigatório em audiência no dia 7 de dezembro a sete testemunhas que não se apresentaram no processo pelo assassinato de Shahbaz Bhatti, ministro federal católico para as minorias religiosas, que sempre defendeu sempre Asia Bibi, uma mãe católica presa injustamente há 6 anos acusada blasfemar o Corão.
#Pakistán Vuelven a retrasar el juicio por la muerte de Shahbaz Bhatti, asesinado hace 5 años https://t.co/kfHYJsbqnJ pic.twitter.com/bKjs9WjIXY
— AyudaIglesNecesitada (@AyudaIglesNeces) December 1, 2016
A agência vaticana Fides divulgou as declarações de uma fonte local, a qual disse que “passaram -se mais de cinco anos e a justiça paquistanesa procede lentamente: os assassinos do ministro católico não foram levados à julgamento”.
“Depois da morte de Bhatti, a liderança política no Paquistão não está dando passos avante para pedir às autoridades policiais e à magistratura que assegure seus assassinos à justiça”, expressaram.
Antes de ser assassinado por membros da Al-Qaeda, Shahbaz Bhatti era o único cristão do gabinete do Paquistão, país no qual 95% da população é muçulmana, e era contra a “Lei de blasfêmia”, inspirada na Sharia – lei religiosa muçulmana.
Esta lei vida a sancionar qualquer ofensa com palavras ou obras usadas contra Alá, Maomé ou o Corão, atos que podem ser denunciados por um muçulmano sem necessidade de testemunhas ou provas adicionais, algo que pode ser castigado inclusive com a morte do acusado. A lei usada frequentemente para perseguir a minoria cristã, que costuma ser explorada no trabalho e discriminada no acesso à educação e aos cargos públicos.
Em 2011, Shahbaz Bhatti tinha saído em seu carro de sua residência rumo ao seu escritório quando um pequeno automóvel se colocou ao lado do dele, um dos ocupantes disparou durante dois minutos e em seguida fugiram.
Os assassinos deixaram na cena do crime panfletos nos quais descreviam o ministro como um “cristão infiel” e que estava assinado por “Taliban al-Qaida Punjab”.
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Conforme indicou Fides, os cristãos no Paquistão temem que o assassinato fique impune, pois vários suspeitos já foram libertados.
Em 2014, antes que o caso do assassinato de Bhatti fosse transferido para a Corte militar, outro tribunal havia libertado sob fiança, por “razões médicas”, Umer Abdullah, o principal acusado no caso do assassinato do ex-ministro federal.
Abdullah tinha confessado que era o assassino de Bhatti e inclusive tem outra acusação de homicídio.
Os outros suspeitos que foram presos são Zia-ul-Rehman, absolvido por falta de provas, e Hammad Adil e Muhammad Tanveer, militantes do grupo Tehreek-E-Taliban, que foram presos em 2013 em uma tentativa de ataque contra uma mesquita.
Adil confessou ter organizado e perpetrado o homicídio de Shahbaz Bhatti, com a ajuda de Muhammad Tanveer e Umer Abdullah.
Adil teria vigiado a casa do ministro e preparado o plano, enquanto Tanveer conseguiu as armas.
Confira também:
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— ACI Digital (@acidigital) February 29, 2016