DENVER, 6 de dez de 2016 às 17:00
O caso do holandês Mark Langedijk, que solicitou a eutanásia por causa de seu alcoolismo e depressão, gerou controvérsia, pois em seu país esta prática só é aplicada a pessoas com doenças incuráveis.
Este homem conseguiu a autorização apenas com o argumento de que considerava sua vida algo insuportável.
O holandês, que tinha 41 anos e tinha dois filhos, fez um apelo à instituição de Apoio e Consultas para a Eutanásia na Holanda e este foi aprovado por um médico.
Mark decidiu que o dia 14 de julho seria “um dia bonito para morrer” e nesse dia, na casa dos seus pais e rodeado dos seus familiares, seu médico aplicou a injeção letal.
Esta situação desatou a controvérsia e muitos objetaram esta decisão dizendo que, em vez de oferecer-lhe o suicídio, deveriam ter oferecido a Mark a possibilidade de um tratamento e apoio para a depressão e a ansiedade.
O irmão de Mark, Marcel Langedijk escreveu sobre a decisão do seu irmão de se suicidar em um artigo publicado na revista holandesa ‘Linda’.
Segundo o artigo, Mark teve uma “infância feliz” e seus pais o amavam, mas há oito anos tornou-se alcóolatra e durante este tempo esteve em reabilitação 21 vezes.
Também assinalou que os seus pais esperavam que se recuperasse, mas Mark optou por acabar com a sua vida.
O Dr. Greg Bottaro, psicólogo clínico no Catholic Psych Institute, disse ao Grupo ACI que este caso enviou uma mensagem “devastadora” às pessoas que estão lutando com uma doença mental.
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“Ao apresentar esta possibilidade, faz um questionamento às pessoas que estão desesperadas e lhes dá uma razão maior para acreditar que é melhor se render”, indicou.
Por sua parte, membro do Parlamento britânico, expressou a sua preocupação pelo suicídio assistido de Langedijk e disse que “uma pessoa alcoólatra precisa de apoio e tratamento para superar o seu vício e não que lhe ofereçam a eutanásia”.
“Mais uma vez é um sinal preocupante de como a eutanásia legalizada prejudica em outros países o tratamento e ajuda que os mais vulneráveis devem receber”, expressou.
Em 2002, a Holanda se tornou um dos primeiros países onde a eutanásia foi legalizada. As condições para que esta se aplique é que a pessoa tenha uma doença incurável.
Conforme indicou o jornal ‘El Mundo’, em 2015 foram praticadas 5.516 eutanásias. Entre elas, 56 foram praticadas em pacientes com transtornos psiquiátricos.
No último mês de outubro, os ministros de saúde e justiça enviaram uma carta ao Parlamento holandês pedindo que se estenda a aplicação da eutanásia “às pessoas que estejam convencidas de que a sua vida acabou e deveriam poder pôr fim de uma maneira digna, de acordo com alguns critérios estritos e precavidos”.
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— ACI Digital (@acidigital) November 5, 2016