Os artistas, especialmente os que são cristãos, têm uma função muito concreta na sociedade de ser “os guardiães da beleza, arautos e testemunhas de esperança para a humanidade”.

Assim o indicou o Papa Francisco em sua mensagem aos participantes na XXI Reunião Pública das Pontifícias Academias, durante a qual o Cardeal Gianfranco Ravasi, Presidente do Pontifício Conselho da Cultura, entregou o Prêmio das Pontifícias Academias.

Para o Pontífice, “os artistas devem se deixar iluminar pela beleza do Evangelho de Cristo, criando obras de arte que levem através da linguagem da beleza, um sinal, uma faísca de esperança e confiança onde as pessoas parecem se render à indiferença e ao feio”.

Conforme indicou o Santo Padre, “arquitetos, pintores, escultores, músicos, cineastas, literários, fotógrafos, poetas, artistas de toda disciplina são chamados a fazer brilhar a beleza sobretudo onde a escuridão domina na cotidianidade, são custódios da beleza, anunciadores e testemunhas da esperança para a humanidade”.

“Convido-lhes, portanto, a cuidar da beleza, pois ela curará as feridas que marcam o coração e a alma dos homens e mulheres de nossos dias”.

Em sua mensagem, Francisco falou da problemática nas cidades do nosso tempo. “Um escritor italiano, Italo Calvino, afirmava que ‘as cidades, como os sonhos, são feitas de desejos e medos’. Talvez muitas cidades de nosso tempo, com os seus subúrbios desoladores, deixaram mais espaço aos medos do que aos desejos e aos sonhos mais bonitos das pessoas, sobretudo dos jovens”.

O Bispo de Roma se referiu à contribuição que a Igreja pode fazer para que esses subúrbios deixem para trás a degradação:

“É necessário que os templos sagrados, começando pelas novas igrejas paroquias, sobretudo as situadas nas periferias e contextos degradantes, se tornem oásis de beleza, de paz e acolhimento”.

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“Que favoreçam o encontro com Deus e a comunhão com os irmãos e irmãs, tornando-se ponto de referência para o crescimento integral de todos os habitantes, em prol do desenvolvimento harmonioso e solidário das comunidades”.

O Papa se referiu às pessoas marginalizadas pela cultura do descarte, que muitas vezes predomina nas cidades, e à degradação do meio ambiental.

“Cuidar das pessoas, começando dos pequenos e indefesos, significa cuidar também do ambiente em que eles vivem”.

O Santo Padre explicou que “pequenos gestos, ações simples, pequenas faíscas de beleza e caridade podem curar, remendar o tecido humano, urbanístico e ambiental, muitas vezes dilacerado e dividido, sendo uma alternativa concreta à indiferença e ao cinismo”.

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