Depois da oração do Ângelus, o Papa Francisco recordou as vítimas da guerra na Síria, em especial os afetados pelos combates na cidade de Aleppo, e pediu o fim da violência.

“Todos os dias, sobretudo na oração, faço-me próximo do povo de Aleppo. Não devemos esquecer que Aleppo é uma cidade, que ali se encontram pessoas: famílias, crianças, anciãos, pessoas enfermas...”, assinalou o Santo Padre, para ressaltar que a guerra não são apenas números ou movimentação de tropas, mas que tem efeitos dramáticos sobre a população.

“Infelizmente – continuou o Pontífice –, nos acostumamos com a guerra, a destruição, mas não devemos esquecer que a Síria é um país repleto de história, de cultura, de fé. Não podemos aceitar que isso seja negado pela guerra, que é um cúmulo de arbitrariedades e de falsidades”.

“Apelo ao compromisso de todos, a fim de que seja feita uma escolha de civilidade: não à destruição, sim à paz, sim ao povo de Aleppo e da Síria”, disse.

Nos últimos dias, a ofensiva do exército sírio, com o apoio aéreo russo e com a ajuda de milícias xiitas provenientes do Líbano, Iraque e Irã, conseguiu tirar dos rebeldes opositores mais de 50 bairros da região oriental de Aleppo, incluindo cidade velha, de grande valor estratégico. Dessa maneira, o regime do presidente sírio Bachar Al-Asad já controla mais de 90% da cidade.

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Aleppo é a segunda maior cidade da Síria, depois de Damasco, e uma peça chave para a guerra, que há quase seis anos o governo sírio enfrenta com vários grupos opositores, incluindo Estado Islâmico e Al Qaeda. Antes da guerra, Aleppo era a cidade mais populosa da Síria, com mais de dois milhões de habitantes, e seu principal motor econômico.

Atualmente, Aleppo é uma cidade em ruínas, incluindo a cidade velha, declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Sua população fugiu praticamente em sua totalidade e, aqueles que não fugiram, tentam escapar desesperadamente.

Nos últimos três dias, aproveitando-se de um cessar fogo temporário anunciado pela Rússia, mais de 18.000 civis escaparam dos escombros de Aleppo.

Desde o início da guerra civil em 2011, morreram na Síria cerca de 300.000 pessoas e 11 milhões estão refugiados dentro ou fora das fronteiras do país.

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