Os cristãos egípcios sofreram o golpe do terrorismo novamente. Cerca de 25 pessoas morreram após um atentado com carro bomba na entrada da catedral copta de São Marcos, no Cairo, capital do Egito.

Além disso, cerca de 50 pessoas ficaram feridas, segundo dados do Ministério Egípcio de Saúde. A explosão ocorreu durante a celebração da Missa.

A catedral copta, localizada no bairro cairota de Al Abasiya, conta com grandes medidas de segurança que não foram suficientes para evitar o massacre. O atentado ocorreu na capela de São Pedro e São Paulo, ao lado catedral, conforme explicaram fontes oficiais da Igreja Copta.

As forças de segurança estão investigando a fim de conseguir mais dados sobre o atentado, embora já se tenha comunicado que o artefato tinha entre 6 e 12 quilogramas de explosivo. Até então, nenhum grupo reivindicou o atentado.

O ataque ocorreu dois dias depois da explosão de uma bomba em uma região próxima das Pirâmides de Guiza, que causou a morte de 6 policiais. O desconhecido grupo Movimento dos Braços de Egito-Hasm reivindicou esse atentado.

A Catedral Copta de São Marcos é a sede da Igreja Copta no Egito, onde está a Cátedra do Papa Copto Tawadros II, Papa de Alexandria e Patriarca da Igreja Copta Ortodoxa.

Papa Francisco expressa sua condenação e orações

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Durante a oração do Ângelus na Praça de São Pedro, no Vaticano, o Papa Francisco expressou sua condenação a esta violência “que semeia morte e destruição” e rezou pelas vítimas dos ataques terroristas, tanto do Egito como os que nas últimas horas atingiram pessoas inocentes na Turquia e na Somália. Ante esta violência “só há uma resposta possível: fé em Deus e unidade nos valores humanos e civis”.

O Santo Padre expressou “uma proximidade especial ao meu querido irmão, Papa Tawadros II, e a sua comunidade, rezando pelos mortos e pelos feridos”.

Cabe recordar que o Papa Francisco e o Papa Tawadros II têm uma especial proximidade espiritual. No último mês de maio, durante a celebração do Dia de Amizade entre Coptos e Católicos, o Papa Francisco enviou uma carta ao Papa Tawadros II em que destacava como coptos e católicos “se encontram cada vez mais, dialogam e colaboram para anunciar o Evangelho e servir à humanidade”.

Naquela ocasião, recordou que “coptos e católicos podem testemunhar juntos valores tão importantes como a santidade e a dignidade de cada vida humana, a santidade do matrimônio e da vida familiar e o respeito da criação que nos confiou Deus”.

A Igreja Copta Ortodoxa foi fundada no século I, fruto da pregação do apóstolo São Marcos na Alexandria. A palavra “copto” deriva da expressão grega “aegyptus”. Os coptos são os descendentes dos antigos egípcios, posteriormente cristianizados e, portanto, é uma comunidade que surgiu muito antes da egípcia islâmica.

Apesar de definir-se como “ortodoxa”, a Igreja Copta não reconhece a primazia do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla e, portanto, não pertence às Igrejas Ortodoxas. Separou-se do tronco comum cristão depois do Concílio de Calcedônia em 451.

Os cristãos coptos representam entre 10% e 15% de aproximadamente 90 milhões de egípcios, embora também haja comunidades coptas em Etiópia, Eritreia e Sudão. No total, os coptos são aproximadamente 65 milhões de fiéis cristãos.

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