MADRI, 17 de dez de 2016 às 15:00
Centenas de moradores do povoado de Callosa de Segura, na cidade de Alicante (Espanha), impediram a retirada da cruz localizada na praça da igreja local, uma medida tomada pelo governo de esquerda que não aguardou a decisão dos tribunais e que aplicou neste caso uma interpretação errada da Lei de Memória Histórica.
Trata-se de uma lei aprovada em 2007, através da qual estabelecem medidas em favor de quem sofreu perseguição ou violência durante os anos da Guerra Civil Espanhola e a ditadura de Francisco Franco.
É uma lei controversa, pois favorece uma ideologia e não a reconciliação dos espanhóis. A norma obriga a retirada de monumentos, símbolos ou nomes de lugares públicos estabelecidos depois da Guerra Civil.
Os monumentos relacionados à Igreja Católica permanecem fora desta lei, mas na verdade isso não foi respeitado, como é o caso desta cruz em Callosa de Segura.
Segundo informa a Associação ‘Abogados Cristianos’, o prefeito de Callosa de Segura, o socialista Fran Maciá, enviou um guindaste no dia 14 de dezembro para retirar a cruz que está na praça de Espanha, ao lado da igreja e em frente à câmara municipal.
No momento que estavam iniciando os trabalhos para retirá-la, tocaram os sinos do templo e centenas de habitantes de Callosa de Segura foram ao local a fim de impedir a sua retirada.
Um homem estacionou o seu carro ao lado do monumento para que o guindaste não pudesse trabalhar e outro grupo de pessoas se acorrentou à cruz a fim de que a Polícia e os Guardas Civis não pudessem desalojá-los. Tudo foi feito de maneira pacifica.
Conforme o prefeito, a cruz viola a Lei de Memória Histórica e, por essa razão, em um conselho do município, seu partido, com o apoio de ‘Esquerra Unida’ e ‘Podemos’ – partidos de esquerda –, aprovaram a sua retirada.
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De acordo com informações dos manifestantes, o prefeito havia previsto uma reunião para discutir a retirada da cruz, mas como explicou Maciá, apenas pretendia perguntar ao pároco onde poderiam deixar a cruz após a sua remoção da praça.
A decisão de retirar esta cruz está no tribunal e o julgamento está previsto para novembro de 2017.
Um vereador do Partido Popular interpôs um recurso contencioso a fim de que a decisão do governo municipal fosse derrogada, mas embora solicitassem medidas cautelares para impedir o seu traslado, estas foram rechaçadas.
A associação ‘Abogados Cristianos’ (AEAC), junto com a Plataforma em Defesa da Cruz, fez uma petição em agosto no Change.org, somando mais de 28.500 pessoas e conseguiu impedir a retirada desta cruz.
A AEAC pediu "para que respeitem os cristãos e respeitem a liberdade religiosa, pois até então está bem clara que a única intenção da equipe do governo é retirar uma cruz que carece de qualquer símbolo político”.
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— ACI Digital (@acidigital) 5 de dezembro de 2016