VATICANO, 1 de jun de 2005 às 11:49
Na Audiência Geral desta quarta-feira realizada na Praça São Pedro, o Papa Bento XVI meditou em torno do Cântico "Cristo Servo de Deus" (Fil 2, 6-11) e convidou a todos os fiéis a uma cada vez mais perfeita conformação com o Filho de Deus.
Nas suas palavras iniciais, o Santo Padre disse que Cristo “encarnado e humilhado na morte mais infame é proposto como um modelo vital para o cristão” quem “deve ter os mesmos sentimentos que teve Cristo Jesus” em palavras do Apóstolo dos gentis.
O Senhor –disse o Papa– inclusive sendo de natureza divina e contar com tudo o que isso implica, “não usa seu ser igual a Deus, sua dignidade gloriosa e sua potência como instrumento de triunfo, sinal de distância, expressão de lhe esmagadora supremacia”, mas bem, “Ele se humilhou, despojou-se a si mesmo, mergulhando sem reservas na mísera e débil condição humana”, de modo que “a forma divina se esconde em Cristo sob a forma humana, quer dizer, sob nossa realidade marcada pelo sofrimento, a pobreza, o limite e a morte”.
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A Papa ressaltou que a humanidade de Cristo “é a realidade divina em uma experiência autenticamente humana. Deus não aparece somente como um homem, mas se faz homem e se faz realmente um de nós, faz-se realmente ‘Deus conosco’, que não se conforma nos vendo com olhos benignos desde o trono de sua glória, mas se introduz pessoalmente na história humana, fazendo-se carne, quer dizer, realidade frágil, condicionada pelo tempo e pelo espaço”.
Diante dos milhares de fiéis congregados na praça vaticana, Bento XVI afirmou que a morte de Cristo “nasce de sua livre eleição de obediência ao desígnio de salvação do Pai”, morte degradante em que o Senhor "é verdadeiramente irmão de cada homem e de cada mulher, também daqueles obrigados a um fim atroz”.
Ao centrar-se no "convite a entrar nos sentimentos de Jesus" que faz o cântico cristológico, o Papa assinalou que isso "quer dizer não considerar o poder, a riqueza, o prestígio, como valores supremos da nossa vida, porque no fundo não respondem a mais profunda sede de nosso espírito, mas sim abrir nosso coração ao outro, levar com o outro o peso de nossa vida e nos abrir ao Pai dos Céus com sentido de obediência e confiança, sabendo que justamente entanto que obedientes ao Pai seremos livres”. “Entrar nos sentimentos do Jesus: este seria o exercício cotidiano do viver como cristãos”, concluiu.