HAVANA, 12 de jan de 2017 às 14:00
O opositor Oscar Elías Biscet, médico pró-vida e promotor do Projeto Emilia, foi detido ontem de manhã em frente a sua casa em Havana por um grupo de policiais e agentes de Segurança do Estado a fim de evitar que participasse do funeral do ex-prisioneiro de consciência Félix Bonne Carcassés.
A denúncia foi realizada pela esposa de Biscet, Elsa Morejón, que, em declarações ao Jornal ‘Las Américas’, assinalou que foi preso às 9h25.
Morejón relatou que durante as últimas quartas-feiras seu esposo se dedicou a difundir o seu projeto em diferentes lugares da capital cubana, onde também falava acerca de temas relacionados aos direitos humanos.
Entretanto, um policial já tinha o advertido que na quarta-feira, dia 11, não iam permitir a saída de Biscet. Por isso, quando tentou sair, os agentes o detiveram e o levaram em uma patrulha 228B a um lugar desconhecido.
Diante disso, a plataforma cidadã HazteOir.org exigiu ao governo cubano a libertação imediata do médico, pois vulneraram os seus direitos humanos.
HazteOir.org recordou que Biscet foi reconhecido em 2016 devido ao seu “trabalho heroico em defesa da verdade e dos direitos fundamentais dos seres humanos em Cuba, especialmente pelo direito à vida dos não nascidos” ao denunciar os abortos ilegais e infanticídios praticados nos hospitais da ilha e, por isso, permaneceu preso durante 12 anos.
Entretanto, recordou que o regime comunista impediu que o médico viajasse a Madri (Espanha) para receber o seu prêmio, apesar da solicitação de mais de 38.000 pessoas de diferentes países a fim de que lhe concedessem o visto.
Em uma carta lida no dia 15 de outubro de 2016, dia da premiação, Biscet denunciou que “em Cuba predomina uma ditadura totalitária comunista que viola flagrante e sistematicamente os direitos humanos mais básicos”.
Oscar Elías Biscet também é Medalha Presidencial dos Estados Unidos. Atualmente, é presidente da Fundação Lawton de Direitos Humanos e líder do Projeto Emilia, uma iniciativa pacífica que pretende promover a mudança política através de métodos pacíficos em Cuba.
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Invadem casa de editora dissidente
Além da detenção de Biscet, a imprensa internacional denunciou que, na quarta-feira, o regime também deteve outros opositores e invadiu a casa da editora da revista ‘Convivencia’, Karina Gálvez.
Segundo informação do ‘Fiário de Cuba’, a equipe da revista dirigida pelo opositor Dagoberto Valdés se reúne habitualmente na casa de Gálvez.
Valdés denunciou que os agentes foram à casa dos pais de Gálvez “buscá-la, levaram-na em um jipe da guarda operativa da Polícia e lá continuam”, na casa da editora.
Além disso, informaram que não se sabe o paradeiro da opositora Martha Beatriz Roque, que também vive em Havana, assim como outros dissidentes detentos em Santiago de Cuba.
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Ficou 12 anos preso por denunciar abortos na ditadura de Castro https://t.co/1r7In0eOiI
— ACI Digital (@acidigital) May 28, 2016