Em meio à grave crise econômica, política e social que a Venezuela vive, na cidade de Barquisimeto, a quarta mais importante do país localizada no estado de Lara, foi realizada em 14 de janeiro a tradicional procissão da Divina Pastora, da qual participaram mais de 2,5 milhões de pessoas.

Os fiéis começaram a se reunir na madrugada do dia 14 de janeiro e acompanharam a imagem mariana nos 7,5 quilômetros de percurso da procissão com aplausos, cantos e orações.

Durante a procissão, o Arcebispo do Barquisimeto, Dom Antonio López Castillo, pediu “a intercessão da Virgem Santíssima para que de maneira pacífica possa mudar esta situação por um ambiente de prosperidade, de liberdade e de paz” para a Venezuela.

O município de Barquisimeto disponibilizou aos participantes um local para oferecer assistência médica e hidratação. A procissão terminou na Catedral local, onde a Missa foi celebrada. Ali, várias pessoas compartilharam seu testemunho de fé.

O prefeito da cidade, Alfredo Ramos, disse que esta procissão devia ser uma demonstração da imensa manifestação mariana do povo venezuelano e que esperavam que trouxesse “reconciliação para superar as dificuldades e saudamos a iniciativa de converter Barquisimeto na capital da espiritualidade e do turismo”.

Do mesmo modo, em uma coletiva de imprensa, Dom López Castillo indicou que na procissão deste ano quiseram destacar a “Rota do Encontro”, com a qual a Igreja procura conscientizar os católicos sobre o que significa viver os sacramentos.

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A Divina Pastora é a Padroeira do estado de Lara e é uma das devoções mais multitudinárias da América Latina.

A imagem desta devoção mariana chegou à Venezuela em 1706 e foi colocada por engano no templo de Santa Rosa, uma igreja que não lhe correspondia. Quando quiseram tirá-la de lá não foi possível e decidiram deixá-la no templo.

Em 1812, um terremoto destruiu a igreja, mas a imagem permaneceu intacta.

Em 1855, Pe. José Macario Yépez, pároco da igreja, pediu a intercessão da Divina Pastora para que acabasse com a epidemia da cólera que contagiou a população.

Além disso, levou a imagem em procissão e ofereceu sua vida pelo fim da doença. Morreu alguns dias depois, contagiado por esta epidemia.

Desde então, começou a tradição de levar a imagem da Divina Pastora em procissão pelas ruas do Barquisimeto.

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