Roma, 26 de jan de 2017 às 10:00
O Grão-Mestre da Soberana Ordem Militar de Malta, Matthew Festing, apresentou sua renúncia ao cargo em 24 de janeiro durante uma audiência com o Papa Francisco, que aceitou a demissão na quarta-feira, dia 25.
Em um comunicado divulgado ontem pela Sala de Imprensa da Santa Sé, assinala-se que o Papa expressou a Festing seu “apreço e reconhecimento pelos sentimentos de lealdade e devoção para com o Sucessor de Pedro e a disponibilidade para servir humildemente ao bem da Ordem e da Igreja”.
O comunicado indica também que “o governo da Ordem será assumido ad interim pelo Grão-comendador até que seja nomeado o Delegado Pontifício”.
Em declarações ao Grupo ACI, o diretor de comunicação da Ordem, Eugenio Ajroldi di Robbiate, explicou que a decisão “não foi antecipada”, por isso “ninguém sabia nada”. Indicou que “o Grão-Mestre se reuniu no último dia 24 com o Papa, que lhe pediu que renunciasse”. Conforme assinalou, Festing aceitou em todo momento colaborar com o Pontífice, por isso esteva de acordo em renunciar.
Esta demissão aconteceu depois de várias semanas de diálogo entre a Ordem de Malta e a Santa Sé sobre a legitimidade do Grupo nomeado pela Secretaria de Estado do Vaticano para investigar as circunstâncias nas quais ocorreu a substituição do Grão-Chanceler, Albrecht Freiherr Von Boeselager, por John Edward Critien.
Em um comunicado no último dia 22 de dezembro, a Santa Sé anunciou a constituição de um grupo de cinco pessoas reconhecidas “com o trabalho de recolher elementos válidos para remetê-los devidamente, no menor tempo possível, à Santa Sé sobre o acontecimento que afetou recentemente o Grão-Chanceler da Ordem, Albrecht Freiherr von Boeselager”.
Em 17 de janeiro deste ano, o Vaticano manifestou sua confiança nos cinco componentes do Grupo constituído pelo Papa, “e recusa, baseado na documentação em sua posse, toda e qualquer tentativa de depreciar suas figuras e a obra”.
Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram
Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:
A nota termina afirmando que “confia na plena colaboração de todos nesta fase tão delicada e espera o relatório do referido Grupo para adotar, naquilo que lhe compete, as decisões mais oportunas para o bem da Ordem Soberana Militar de Malta e da Igreja”.
A Ordem de Malta é uma das mais antigas instituições ocidentais e cristã. Como ordem religiosa da Igreja desde 1113 e sujeito de direito internacional, mantém relações bilaterais com mais de 100 Estados e com a União Europeia, assim como uma missão permanente de observação ante as Nações Unidas.
A Ordem de Malta está presente em 120 países com projetos médicos, sociais e humanitários em favor dos necessitados. Sua principal missão é ajudar as pessoas vítimas de conflitos armados e desastres naturais, oferecendo assistência médica, atendendo os refugiados e distribuindo remédios e material básico de sobrevivência.
Confira também:
Santa Sé destaca trabalho da Ordem de Malta no mundo https://t.co/GGBkIe3TCs
— ACI Digital (@acidigital) January 18, 2017