ROMA, 1 de fev de 2017 às 16:00
O Arcebispo caldeu de Bagdá (Iraque), Dom Louis Sako, alertou que a ordem executiva do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que busca restringir a entrada de muçulmanos de sete países, colocará em perigo os cristãos do Oriente Médio porque vai fortalecer a ideia dos terroristas islâmicos de que esta minoria religiosa está aliada com o Ocidente.
“Toda política de acolhimento que discrimina aqueles que são perseguidos e sofrem, com base na religião, prejudica os cristãos do Oriente, pois fornece argumentos a toda propaganda e preconceitos que atacam as comunidades cristãs autóctones do Oriente Médio como ‘corpos estranhos’, grupos mantidos e defendidos pelas potências ocidentais”, expressou o Prelado.
Em declarações difundidas pela agência vaticana Fides, Dom Louis Sako falou acerca da ordem executiva assinada por Trump no dia 27 de janeiro.
Esta ordem suspendeu nos Estados Unidos o Programa de Admissão de Refugiados durante 120 dias, a entrada de refugiados sírios de maneira indefinida, a entrada durante 90 dias de cidadãos do Iraque, Síria, Irã, Líbia, Somália, Sudão e Iêmen – qualificadas como “áreas de preocupação” –; e prioriza solicitações de refugiados “com base na sua perseguição religiosa” se a pessoa pertence a uma minoria religiosa no seu país de origem.
Embora a ordem não mencione especificamente os cristãos sírios, antes de assiná-la o Presidente Trump disse a Christian Broadcasting News (CBN) que ele priorizaria os refugiados cristãos.
“Vamos ajudá-los”, disse Trump. “Eles foram terrivelmente maltratados. Sabia que, se você fosse cristão na Síria era impossível, ou pelo menos muito difícil, poder entrar nos Estados Unidos?”, acrescentou.
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O Arcebispo caldeu, que desde 2014 denunciou a perseguição religiosa perpetrada pelo Estado Islâmico (ISIS) em países como Síria e Iraque, advertiu que esta ordem é “uma armadilha para os cristãos do Oriente Médio”.
Nesse sentido, indicou que separar os refugiados por causa da sua religião discrimina, cria e alimenta “tensões com os muçulmanos”. “As pessoas que pedem ajuda não precisam ser divididas baseadas em etiquetas religiosas. Não queremos privilégios”, expressou.
Dom Louis Sako recordou que isto “o Evangelho nos ensina e o Papa Francisco também nos mostrou, ao acolher refugiados do Oriente Médio cristãos e muçulmanos, sem fazer distinções”, concluiu.
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— ACI Digital (@acidigital) 31 de janeiro de 2017