Buenos Aires, 2 de fev de 2017 às 12:30
A Comissão Episcopal das Migrações e Turismo da Argentina pediu que se redescubra a identidade e a riqueza migratória para evitar a crescente “estigmatização” que há no país, consequência do debate das últimas semanas para a reforma da lei migratória.
No dia 30 de janeiro, o governo da Argentina apresentou as mudanças na lei de migrações, que propõe condições mais estritas para o ingresso e permanência de estrangeiros no país que tenham condenações penais ou antecedentes relacionados a delitos por tráfico de drogas, pessoas, armas, órgãos, lavagem de dinheiro e investimentos ilegais e corrupção.
A Comissão Episcopal expressou no dia 31 de janeiro que a estigmatização dos migrantes “está entrincheirada em setores partidários e, pior ainda, está em diversos setores da sociedade. Por isso, consideramos importante redescobrir a identidade e a riqueza que nosso país adquiriu graças à migração de todos os tempos”.
“O encontro de muitas culturas enriqueceu o nosso povo ao longo da história. (...) O que significa pertencer a um país hoje? Será possível construir uma identidade enriquecida e aberta, capaz de proteger e promover o patrimônio de valores e idealismo herdados dos antepassados e se abrir juntos a uma nova riqueza de vida que muitos migrantes trazem?”, perguntaram.
O organismo eclesial disse que as palavras do Papa Francisco que incentivam a “cultura do encontro” são “um verdadeiro método para aprender a viver juntos”, pois apresentam um “caminho privilegiado para superar as lacunas de uma globalização sem alma e de uma indiferença globalizada”.
Nesse sentido, recordaram que os migrantes, “devido a uma lei natural, são obrigados a sair da sua terra pela necessidade de sobrevivência e de superação. São atraídos aos países de destino pela possibilidade de ocupar os espaços do mercado de trabalho” que foram deixados pelos habitantes locais.
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“Esses países de destino precisam deles, são necessários para a sociedade”.
“Deste modo, não podem ser levados em consideração simplesmente como uma força de trabalho: eles têm necessidades mínimas de existência e buscam para eles e para suas famílias, moradia, saúde, educação, segurança. Em uma palavra, precisam de integração”, explicou a Comissão Episcopal.
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— ACI Digital (@acidigital) 25 de outubro de 2016